Geral Foz do Iguaçu
20ª Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu celebra cinco dias de encontros, trocas e muitos aprendizados
Conversa com Paula Pimenta, uma das autoras mais populares da literatura juvenil brasileira, encerrou a programação do evento em 2025
17/11/2025 11h12
Por: Redação Fonte: Foz do Iguaçu
Assessoria

A 20ª Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu — a FILFI — foi marcada por cinco dias de encontros. Reuniu escritores nacional e internacionalmente reconhecidos, autores e editoras independentes, livrarias, sebos, artistas, amantes da literatura e das artes, além de crianças, adolescentes e o público em geral que veio prestigiar um dos principais eventos literários do Paraná.

A última atração da FILFI foi uma das escritoras mais celebradas pelo público juvenil, Paula Pimenta. Mesmo com a chuva forte, o auditório da estação cultural Haroldo Alvarenga ficou lotado por fãs que aguardavam para ouvir a escritora e ganhar um autógrafo.

“É muito importante incentivarmos a leitura, porque nessa época em que estamos vivendo, tão digital, que tudo é tela o tempo todo, eles até leem muito, mas textos muito curtos no celular. Acho que as pessoas estão perdendo algo muito importante que é o foco. A leitura ainda é a melhor forma de resgatar isso”, afirma Paula.

As amigas Maria Clara e Lívia estavam ansiosas para o encontro com a escritora. “A Paula conseguiu me cativar pela leitura, então vejo ela como alguém que me incentiva. Foi ela que me fez apaixonar pelos livros. A leitura consegue nos transportar para vários mundos e histórias diferentes”, disse Maria.

Na plateia, estava Marcela, que contou que comprou o primeiro livro da escritora há 12 anos, quando veio com a turma da escola para visitar a FILFI. Outra fã disse que conhecer Paula era o “maior sonho desde os 8 anos de idade”. O público de crianças e de adolescentes não se intimidou e encheu a autora de questionamentos, antes de partir para a sessão de autógrafos.

Encontros transformadores

“A FILFI reafirma, a cada edição, que a literatura e a arte têm a força de aproximar pessoas. Mais do que uma programação intensa, o que vimos foram encontros transformadores — entre autores e leitores, entre diferentes gerações, entre a cidade e seus próprios talentos”, destaca o diretor-presidente da Fundação Cultural, Dalmont Benites.

Um dos diferenciais da 20ª edição foram as atividades descentralizadas, que aconteceram em escolas municipais, CAPS Infantil, Quilombo da Vila C, Centro de Convivência do Bubas, entre outros locais. “Levar essas atividades também para os bairros é parte do nosso compromisso de garantir que a cultura esteja ao alcance de toda a comunidade. É essa troca, esse diálogo vivo com o público, que faz da Feira do Livro um dos eventos mais importantes do Paraná e um orgulho para Foz do Iguaçu. Agradeço ao prefeito General Silva e Luna por nos confiar a realização da FILFI”, complementou Dalmont.

Visibilidade para escritores locais

Durante a 20ª FILFI, mais de 30 autores, a maioria iguaçuenses, tiveram espaço para dar visibilidade às suas obras, no Pavilhão 14 Bis. Uma delas foi Amanda Pedrozo da Silva, autora do “Diário do Meu Renascimento”. “Comecei a contar minha história a partir de 2021, quando sofri um atropelamento que quase tirou a minha vida. Comecei fazendo diários e minha mãe sugeriu que eu transformasse tudo em livro. Estou bem feliz de estar aqui, a feira permite que tenhamos acesso às pessoas e que elas possam conhecer a nossa realidade”.

A biografia do goleiro Roberto Costa assinada pelo jornalista Josias Lacour também dividiu espaço com autores locais. Morador de Foz do Iguaçu, Roberto trouxe a publicação lançada em outubro, que conta um pouco de sua história nos clubes onde jogou, à Feira do Livro “Estar aqui participando, contando essa história e conhecer pessoas que acompanharam meu trabalho, é maravilhoso”.

Editoras celebram bons resultados

O Pavilhão 14 Bis contou com a participação de 13 editoras, livrarias e sebos credenciados pela Fundação Cultural. As representantes das editoras Lumus e MEOW Books estavam cheias de motivos para comemorar.

Ao longo da semana, a movimentação nos estandes surpreendeu e agradou. “A gente vem com uma expectativa para a feira, que é sempre de compartilhar com a cidade, mostrar para as pessoas o que nossos escritores estão escrevendo, e também dizer que a própria cidade é cenário de ficção”, disse Lhaisa Andria, da Lumus editora.

Para Stephanie Caroline, da MEOW Books, as feiras de cidades do interior têm sido grandes oportunidades para dar visibilidade a autores independentes e pequenas editoras, como a dela.

Edunila, editora da Unila – Universidade Federal de Integração Latino-Americana, também integrou a FILFI, com 12 títulos, entre teses e temas voltados aos territórios africanos e colonialismo. A feira amplia o contato com o público e a divulgação do material produzido dentro e fora da universidade. “Na universidade temos a livraria, mas aqui na feira o diálogo fica ampliado com a comunidade”, disse o coordenador da editora, Júlio da Silveira Moreira.