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Projetos para garantir envelhecimento saudável ganham força no SUS do Paraná
As projeções mostram que, em 25 anos, o Paraná terá quase um terço de seus habitantes com mais de 60 anos. Serão cerca de 3,7 milhões de pessoas nessa faixa etária, frente aos atuais 17 por cento da população, aproximadamente 2 milhões de habitantes, segundo o Ipardes.
16/12/2025 09h13
Por: Redação Fonte: AEN
Envelhecimento saudável ganha força na rede pública de saúde do Paraná Foto: Arquivo pessoal

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, segue ampliando e qualificando a rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco no cuidado integral, na prevenção de agravos e no acompanhamento da capacidade funcional da população idosa.

Desde 2019, o Estado desenvolve ações com uma nova abordagem para o envelhecimento. Em 2025, o trabalho se manteve fortalecido. As políticas públicas voltadas à promoção da autonomia e da capacidade funcional já impactam diretamente a rotina de pessoas como Olga Blachechen, de 58 anos, moradora de Bituruna, no Sul do Paraná. Ela conta que enfrentava limitações de mobilidade, ansiedade e estresse. Com o apoio da equipe da Saúde da Família, passou a praticar atividades físicas e a manter o convívio social.

“Agora mudou completamente minha vida. Se eu precisar caminhar, caminho 10 quilômetros no dia e nem canso. Esse acompanhamento transformou minha rotina”, afirma.

 

As ações integram o programa Envelhecer com Saúde no Paraná, que reúne estratégias intersetoriais para promoção da saúde, prevenção de doenças, cuidado integral e garantia de direitos. O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, destaca que o cenário demográfico exige planejamento de longo prazo. “Vivemos no Paraná uma transição demográfica sem precedentes. Nosso compromisso é garantir que cada pessoa idosa esteja inserida na rede de atenção e que o cuidado chegue a todos que dele precisam”, diz.

As projeções mostram que, em 25 anos, o Paraná terá quase um terço de seus habitantes com mais de 60 anos. Serão cerca de 3,7 milhões de pessoas nessa faixa etária, frente aos atuais 17% da população, aproximadamente 2 milhões de habitantes, segundo o Ipardes - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social.

A Atenção Primária à Saúde é o principal ponto de entrada desse cuidado. Somente em 2024, mais de 8,6 milhões de consultas para pessoas idosas foram realizadas nas unidades de saúde. De janeiro a outubro deste ano, o número chegou a 7.935.833 atendimentos individuais.

As equipes multiprofissionais fazem Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMPI) e elaboram planos de cuidado individualizados, garantindo mais autonomia e qualidade de vida. A rede também utiliza instrumentos como a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa no Paraná e o Sistema de Informação da Pessoa Idosa, que facilitam o acompanhamento clínico e o direcionamento de políticas públicas.

O impacto também é percebido por Teresinha Aparecida Bonatto, de 68 anos, que buscou os serviços municipais e passou a participar de grupos de convivência e exercícios. “Eu estava com problema de coluna e dor nas pernas. Hoje não tenho mais. Aprendi a caminhar todos os dias de manhã. Minhas pernas inchavam e doíam, mas agora não dói mais”, conta.

 

QUALIFICAÇÃO DA REDE DE CUIDADO – No fim de novembro, a Sesa lançou o curso introdutório Linha de Cuidado à Saúde da Pessoa Idosa no Paraná, em formato de ensino a distância. A capacitação integra as ações do Envelhecer com Saúde e inclui educação permanente, monitoramento de indicadores, inovação em sistemas de informação e produção de materiais técnicos.

PREVENÇÃO COMO EIXO CENTRAL – Para identificar riscos clínicos e funcionais, a rede utiliza o Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional 20, ferramenta validada pelo Ministério da Saúde e aplicada inclusive por agentes comunitários. Mais de 4 mil profissionais foram capacitados em 2024. Mutirões de saúde atenderam cerca de 700 pessoas idosas ao longo do ano.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, 76,3% das pessoas idosas no Paraná não têm plano de saúde. O dado reforça a importância do SUS como principal garantidor do cuidado contínuo.

A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti Lopes, ressalta que as ações estruturadas garantem resultados concretos. “Com esse conjunto de iniciativas, reforçamos que o cuidado à pessoa idosa no Paraná é baseado em qualificação técnica, sensibilidade na abordagem e continuidade do atendimento, garantindo mais autonomia, menos hospitalizações evitáveis e melhor qualidade de vida”, afirma.