O deputado federal Welter (PT-PR) participou na última sexta-feira (20), em Foz do Iguaçu, da entrega ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva de uma carta com reivindicações dos agricultores familiares produtores de leite, diante da crise que afeta de forma mais intensa os estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. O documento reúne dados atualizados sobre a queda da renda, o aumento das importações e o fechamento de milhares de pequenas propriedades.

A crise do leite vem provocando perdas na agricultura familiar, responsável por mais de metade da produção nacional. O avanço das importações em 2023 e 2025, aliado à queda acentuada no preço pago ao produtor e ao uso crescente de compostos lácteos ultraprocessados pela indústria, reduziu drasticamente a competitividade das pequenas propriedades. Welter já vinha alertando o Governo que, sem medidas rápidas de regulação e apoio, dezenas de municípios podem perder uma de suas principais bases econômicas.

A carta entregue ao presidente Lula pede ações imediatas para recompor preços, ordenar o fluxo de importações e impedir o abandono da atividade. Para os produtores, a atuação firme do governo federal é decisiva para preservar renda, evitar o endividamento irreversível e garantir condições mínimas de sobrevivência no campo.

A carta aponta medidas consideradas emergenciais:

1- Destinação imediata de recursos para compras públicas via Conab, com aquisição de leite e derivados pelo PAA para proteger a renda das famílias e abastecer programas sociais.

2- Suspensão da liberação automática das importações de lácteos, permitindo maior controle sanitário e comercial.

3- Intensificação da fiscalização nas fronteiras, coibindo a entrada de produtos irregulares ou fora dos padrões brasileiros.

4- Criação de um programa nacional de securitização das dívidas, com parcelamento de longo prazo, carência e juros reduzidos, sem exigência de alienação das propriedades rurais.

Ainda, para o médio prazo, o documento propõe a criação de um Instituto Nacional do Leite, inspirado no modelo uruguaio, reunindo produtores, indústrias, consumidores e órgãos de pesquisa, com foco no planejamento da cadeia, na regulação de mercado, na padronização de rotulagem e na construção de uma estratégia que permita ao Brasil reduzir importações e avançar para um perfil exportador.

Os signatários afirmam que o leite é estratégico para a segurança alimentar e para a permanência de milhões de famílias no campo. Por isso, defendem a combinação de medidas emergenciais e planejamento institucional para evitar perdas permanentes na cadeia produtiva.

Em Brasília e pelo Paraná, Welter tem atuado de forma contínua em defesa do setor, cobrando a ampliação das compras públicas, fazendo reuniões com produtores, Conab e ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Indústria e Comércio, além da reativação do Grupo Interministerial do Leite. O deputado também defende a criação de um Plano Nacional do Leite, que organize políticas públicas e dê estabilidade à atividade em todo o país.

Assessoria de Comunicação