O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) usou uma rede social nesta manhã de véspera do feriado do Natal (24) para comemorar a decisão que considera acertada por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli , ao determinar acareação no caso do Banco Master, entre o fundador do Banco Master, Daniel Vorcaro , o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino Santos , e o ex-presidente do BRB – Banco de Brasília, Paulo Henrique Costa , no âmbito da investigação sobre a liquidação extrajudicial da instituição financeira. Também por ter prontamente agendado esse procedimento para o próximo dia 30, antes de virar o ano.
“Toffoli marcou um golaço”, disse Zeca Dirceu. O parlamentar tem intensificado recentemente uma ofensiva institucional de cobrança por uma investigação ampla e transparente sobre o caso Banco Master, apontando indícios de fraude, manipulação societária e riscos diretos ao patrimônio previdenciário de servidores públicos.
Em ofícios e representações enviadas a diversos órgãos de controle e fiscalização, Zeca solicitou oficialmente:
- Ao Banco Central do Brasil — cópia integral dos relatórios e documentos que fundamentaram a liquidação do Banco Master; explicações sobre possíveis falhas de supervisão prudencial, movimentações internas suspeitas, inconsistências nos fluxos de caixa e alertas ignorados; e detalhes sobre comunicações (ou falta delas) ao COAF sobre operações suspeitas.
- À Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — abertura de Procedimento Administrativo Sancionador contra os envolvidos no caso para apurar práticas irregulares de mercado e distribuição de produtos financeiros inadequados a investidores e fundos previdenciários.
- À Previc – Superintendência Nacional de Previdência Complementar — solicitação de auditoria completa e investigação das operações envolvendo regimes próprios de previdência social (RPPS) que podem ter sido alvos de investimentos incompatíveis e potencialmente danosos.
- À Procuradoria-Geral da República (PGR) — pedido de instauração de investigação criminal sobre lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, fraudes societárias, falsidade documental e obstrução da fiscalização do Banco Central.
Zeca Dirceu ressaltou que as suspeitas vão além de uma simples crise bancária, podendo representar um dos maiores escândalos financeiros com impacto direto sobre aposentadorias e recursos públicos, e cobrou respostas claras das autoridades competentes sobre como se permitiu a deterioração dos ativos e operações do banco.
Acareação mesmo no recesso
Segundo informações noticiadas pela imprensa nacional, a audiência, que ocorrerá mesmo durante o recesso do STF, terá depoimentos gravados em vídeo e participação de um juiz auxiliar e da Polícia Federal, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias que levaram ao colapso do banco e possíveis falhas ou omissões das autoridades regulatórias.
A decisão de Toffoli — que concentrou os documentos do caso sob sigilo no Supremo e tem dedicado atenção especial à análise das provas — pretende aprofundar a apuração de responsabilidades e entender detalhadamente o papel do BC e do BRB no episódio que culminou na liquidação do Banco Master pelo Banco Central em 18 de novembro de 2025.
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