Biodefensivo agrícola, tratamento de águas e material de construção ecológico são soluções inovadoras apresentadas pelo Governo do Paraná na 51ª Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá (ExpoIngá 2025), no Noroeste do Estado. Os projetos sustentáveis foram divulgados no estande da Universidade Estadual de Maringá (UEM), desenvolvidos por pesquisadores da UEM e das universidades estaduais de Londrina (UEL) e do Oeste do Paraná (Unioeste).
Resultado de pesquisas científicas nas áreas de agricultura, saneamento e construção civil, os projetos receberam apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), por meio do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime). A UEM conta com quatro espaços nesta edição da Expoingá, com ações relacionadas à sustentabilidade e educação científica. Além da Seti, o estande reuniu projetos da Fundação Araucária e do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
Entre os projetos está um agente biológico sustentável para o controle de doenças em plantas, desenvolvido pelo professor Admilton Gonçalves de Oliveira Júnior, ligado ao Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UEL. Com certificado de Patente Verde, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), a inovação propõe ação fungicida e efeitos estimulantes para o crescimento vegetal. Atualmente, o biodefensivo está em fase de validação para o licenciamento.
O professor Admilton Oliveira destacou a importância de espaços para promover ações científicas. "Eventos como a Expoingá são fundamentais para aproximar a ciência do setor produtivo, pois permitem mostrar, na prática, como as pesquisas podem transformar desafios reais em soluções inovadoras e sustentáveis”, afirmou. “A oportunidade de apresentar as tecnologias para os agricultores e empresários é importante para que as pesquisas ultrapassem os laboratórios e cheguem de fato ao campo, promovendo desenvolvimento regional”.
Outro projeto consiste em uma tecnologia para o tratamento de água usando hidrocarvão ativado. A pesquisa é do estudante de graduação em Química da UEM, Rogério Maniezzo, e utiliza um composto químico produzido com o processamento de bitucas de cigarro para remover poluentes de resíduos industriais. Com patente concedida pela Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), a inovação pode ser aplicada em estações de tratamento, filtros domésticos e no setor industrial.
A terceira solução apresentada no estande é uma placa desenvolvida à base do bagaço da mandioca que pode ser utilizada como um isolante térmico em edificações. A iniciativa reduz o consumo de energia elétrica, minimiza impactos ambientais e evita o descarte inadequado desse tipo de resíduo. O projeto é do estudante de doutorado Gustavo Gorges, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Unioeste, no campus de Toledo, no Oeste do Paraná.
A rede de universidades estaduais do Paraná desenvolve uma série de pesquisas na área da agricultura e do agronegócio, com o objetivo de propor soluções inovadoras que aumentem a produtividade, promovam a sustentabilidade e fortaleçam a competitividade do setor no mercado local e regional. Esses estudos estão alinhados às políticas públicas lideradas pelo governo estadual, com foco em atender demandas do setor produtivo, combinando a excelência acadêmica com a aplicação prática no campo.