A narrativa se passa no vasto Império Persa, durante o reinado do Rei Assuero (também conhecido como Xerxes), que governava 127 províncias, da Índia à Etiópia. Em um banquete luxuoso, a Rainha Vasti se recusa a comparecer diante do rei, o que leva à sua destituição. Uma busca por uma nova rainha é então iniciada em todo o império.
É nesse cenário que surge Hadassa, uma jovem judia órfã, criada por seu primo mais velho, Mardoqueu. Mardoqueu a havia levado para o exílio na Babilônia e a amava como uma filha. Hadassa, que também era conhecida pelo nome persa Ester, era notavelmente bela e possuía uma graça singular. Ela foi levada ao palácio real para se juntar a outras jovens candidatas à rainha.
Ester, seguindo o conselho de Mardoqueu, não revelou sua identidade judaica, pois os judeus eram frequentemente vistos com desconfiança e sofriam perseguição. Após um ano de preparativos e tratamentos de beleza, Ester é apresentada ao Rei Assuero, que se encanta por ela, escolhendo-a como sua nova rainha, no lugar de Vasti.
A trama se intensifica com a ascensão de Hamã, um oficial de alta patente no império, que se torna o braço direito do rei. Hamã era arrogante e exigia que todos se curvassem diante dele. Mardoqueu, porém, fiel à sua fé e princípios, recusava-se a se prostrar. Essa recusa enfureceu Hamã a ponto de ele desejar não apenas a morte de Mardoqueu, mas a extermínio de todo o povo judeu em todo o império.
Com astúcia e manipulação, Hamã convence o Rei Assuero a assinar um decreto que autorizava o massacre de todos os judeus em um dia específico. O rei, sem saber que sua própria rainha, Ester, era judia, concedeu a Hamã total autoridade para executar seu plano maligno.
Ao saber do decreto, Mardoqueu fica desesperado e envia uma mensagem a Ester, exortando-a a interceder por seu povo junto ao rei. Ester inicialmente hesita, pois ir à presença do rei sem ser chamada era uma ofensa grave que poderia custar-lhe a vida. Apenas se o rei estendesse seu cetro de ouro, ela seria poupada.
Mardoqueu, então, profere as famosas palavras: "Não penses que, por estares no palácio do rei, somente tu dentre todos os judeus escaparás. Pois, se te calares agora, socorro e livramento virão de outro lugar para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis. E quem sabe se não foi para um momento como este que chegaste ao reino?" (Ester 4:13-14).
Essas palavras tocam o coração de Ester. Ela decide que, se for preciso morrer por seu povo, morrerá. Pede então a Mardoqueu que reúna todos os judeus de Susã para jejuarem por três dias e três noites, e ela e suas servas também jejuariam. Com um ato de fé e coragem, Ester declara: "Se eu perecer, pereci."
Após o jejum, Ester se arrisca e entra na presença do rei. O rei, em sua soberania, estende o cetro de ouro, salvando a vida de Ester. Ela então convida o rei e Hamã para um banquete. No banquete, ela os convida para um segundo banquete no dia seguinte.
Na noite entre os banquetes, o rei não consegue dormir e pede que lhe leiam os registros do reino. É então que descobre que Mardoqueu havia salvado sua vida de uma conspiração anterior, mas nunca havia sido recompensado. Na manhã seguinte, Hamã chega ao palácio com planos de enforcar Mardoqueu. O rei, então, pede o conselho de Hamã sobre como honrar um homem que o rei deseja exaltar, e Hamã, pensando que se tratava dele mesmo, sugere as maiores honrarias. Para sua surpresa, o rei ordena que ele faça tudo isso por Mardoqueu.
No segundo banquete, Ester revela sua identidade judaica e expõe a trama de Hamã para exterminar seu povo, incluindo a ela própria. O rei fica furioso e, ao descobrir a arrogância de Hamã, ordena que ele seja enforcado na forca que ele mesmo havia preparado para Mardoqueu.
Com a queda de Hamã, Mardoqueu é exaltado à posição de destaque no reino. No entanto, o decreto de extermínio dos judeus não poderia ser revogado, pois as leis persas eram irrevogáveis. O rei concede a Ester e Mardoqueu autoridade para escrever um novo decreto que permitiria aos judeus se defenderem e lutarem contra aqueles que tentassem matá-los.
No dia marcado para o massacre, os judeus se defendem vitoriosamente, e a trama de seus inimigos se volta contra eles. Para celebrar a salvação milagrosa, Mardoqueu e Ester estabelecem a Festa de Purim, uma celebração anual que recorda o livramento do povo judeu da aniquilação.
A história de Ester, embora não mencione Deus diretamente, é um poderoso testamento da providência divina, mostrando como Deus age nos bastidores da história para proteger Seu povo. Algumas lições valiosas incluem:
A história de Ester continua a inspirar milhões de pessoas ao redor do mundo, lembrando-nos que, mesmo nas situações mais adversas, a fé, a coragem e a providência de Deus podem operar milagres.