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Embrapa e MRE assinam acordo que viabiliza a volta da representação da Empresa na África

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, com o acordo de cooperação técnica assinado

Por: Redação Fonte: Embrapa
27/05/2025 às 11h36
Embrapa e MRE assinam acordo que viabiliza a volta da representação da Empresa na África
Foto: Marita Cardillo

A presidente Silvia Massruhá, da Embrapa, e o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, assinaram no dia 22 de maio acordo de cooperação técnica estabelecendo o planejamento e a execução de atividades voltadas ao desenvolvimento agrícola do continente africano, na esfera de competência da empresa de pesquisa brasileira.

O documento regulamenta, ainda, a utilização, pela Embrapa, da logística e infraestrutura do Escritório de Cooperação do MRE em Adis Abeba, Etiópia, e se abriga nos acordos de cooperação técnica entre o Brasil e aquele país, e entre o Governo brasileiro e a União Africana. A assinatura ocorreu durante a sessão de encerramento do II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF). O Escritório coordenará as atividades de cooperação técnica.

“Estamos indicando um pesquisador para representar a Empresa na estrutura do MRE. Ele fará um diagnóstico mais detalhado das demandas da África. Também no âmbito do acordo, trabalharemos no sentido de um programa de intercâmbio de pesquisadores africanos, de modo que eles possam receber treinamento em diferentes unidades de pesquisa da Empresa, a partir das prioridades que forem definidas. O diagnóstico e as ações de intercâmbio orientarão missões de pesquisadores da Embrapa na África, visando a um programa sustentável e de Estado”, afirmou Silvia Massruhá.

"O treinamento dos cientistas africanos em áreas de interesse e o trabalho conjunto com os pesquisadores da Embrapa integrantes das missões criarão as condições para a continuidade da aplicação dos conhecimentos adquiridos e das tecnologias transferidas, com autonomia, pelos países daquele continente", completou a presidente.

O representante da Embrapa no escritório do MRE, escolhido por meio de processo de seleção interna, é o pesquisador Jose Ednilson Miranda (breve currículo abaixo), da Embrapa Algodão, anunciado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

“A Embrapa, que se tornou a empresa de pesquisa agropecuária para o mundo tropical mais eficiente e mais reconhecida, é o sonho de consumo de toda a África. O pesquisador Jose Ednilson Miranda tem a missão de restabelecer a presença oficial da Empresa naquele continente”, disse o ministro. Fávaro também mencionou o programa de intercâmbio que  contemplará de imediato a vinda de 30 pesquisadores africanos para as unidades da Embrapa e exaltou as potencialidades dos países da África.

Zarc e e-Campo

Como sugestão aos representantes dos países africanos presentes à cerimônia, indicou como tecnologia o que considera "um dos trabalhos mais relevantes desenvolvidos pela Embrapa" - o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).  “Certamente foi o Zarc um dos trabalhos que fizeram toda a fundamentação da produção brasileira. É importante que a ciência faça o diagnóstico completo e direcione o que pode ser produzido em cada região. Isso facilita inclusive políticas públicas que devem ser implementadas”. A segunda sugestão do ministro refere-se à plataforma digital de cursos à distância - a e-Campo.

“Podemos dizer que a Embrapa volta ao continente africano por desejo do presidente Lula e vamos trabalhar em cooperação para que os países africanos possam alcançar ainda mais prosperidade”, concluiu Carlos Fávaro.

Embrapa na África reforça laços históricos de cooperação técnica

A presença de um pesquisador da Embrapa na Etiópia, como integrante do esforço de cooperação técnica a ser implementada pelo Governo brasileiro junto à União Africana, abre para a empresa de pesquisa uma nova oportunidade de consolidar os laços que historicamente a une à Africa.

A Embrapa chegou a ter, entre fim de 2006 e 2016, uma representação em Acra, Gana, com atuação regional para países africanos. Mesmo antes - e até o presente  -, a Empresa coordenou, sempre em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), projetos de cooperação técnica e científica, dirigidos ao desenvolvimento da agricultura de países do continente (histórico mais abaixo). 

A nova representação, agora dentro da embaixada no Brasil na Etiópia, anunciada primeiramente durante a 37ª Cúpula da União Africana, em fevereiro de 2024 (veja quadro abaixo), reforça os trabalhos com foco na cooperação técnica em áreas de agricultura, pecuária e floresta.

Melhoramento genético e práticas agrícolas voltadas à produção de grãos, hortaliças, frutas, fibras e pastagens; manejo de pragas; bovinocultura e avicultura; organização de cadeias produtivas; fertilização e correção de solos ácidos; recuperação de áreas degradadas, manejo florestal; biotecnologia; agroindústria; zoneamento de riscos climáticos; agricultura digital, regenerativa e de baixo carbono; e eficiência e resiliência dos sistemas produtivos agropecuários, para fomentar o setor agrícola e a segurança alimentar e nutricional e incentivar a agricultura empresarial e de base familiar, estão entre os conhecimentos e tecnologias gerados pela empresa brasileira a serem compartilhados com países africanos.

No entendimento da Embrapa, sua presença na África representa mais que uma colaboração técnica. Ela visa formar parceiros comerciais robustos na produção de alimentos de modo a atender o próprio continente e, futuramente, para colaborar na segurança alimentar da população mundial.

Para a presidente Silvia Massruhá, da Embrapa, a cooperação com a África requer mais do que transferência de tecnologia. "Exige uma colaboração técnica ampla entre países. É fundamental que os países parceiros tenham estratégias próprias de pesquisa, capacitação e políticas públicas, a fim de garantir a continuidade das ações iniciadas com apoio brasileiro”.

Sul global como provedor de tecnologia

De acordo com o chefe da Assessoria de Relações Internacionais (Arin) da Embrapa, Marcelo Morandi, a representação da Embrapa na Etiópia é parte da agenda de cooperação em países em desenvolvimento, iniciativa do Governo brasileiro em ações de fortalecimento institucional e transferência de tecnologia. Além da Embrapa, a estrutura deve contar com outras instituições, a exemplo da Fiocruz.

"A Embrapa se coloca como uma marca global que representa a evolução da agricultura tropical baseada em ciência.  A presença do Brasil, por meio da Embrapa na África, reforça a importância de posicionar o sul global como importante provedor de tecnologia e conhecimento para promover a agricultura sustentável que é parte essencial para a solução da crise climática e da segurança alimentar.  É uma relação ganha-ganha. A abertura de mercados e a ampliação da produção de alimentos e bioenergia no cinturão tropical  beneficia a todo o planeta", ressalta Marcelo Morandi. 

Confira, nesta matéria, fala do ministro Mauro Vieira, ressaltando também a importância do Sul Global e mostrando números da cooperação com a África, um continente que, segundo ele, "cresce, inova e se transforma".

 

Escritório de cooperação

No seu discurso durante a abertura da 37ª Cúpula da União Africana, realizada em fevereiro do ano passado, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou a intenção do Brasil de auxiliar o desenvolvimento do continente africano, compartilhando políticas públicas de sucesso em diversas áreas. Anunciou, então, a criação de um posto avançado de cooperação junto à União Africana em setores como a pesquisa agrícola, saúde, educação, meio ambiente e ciência e tecnologia. A representação diplomática em Adis Abeba contaria com funcionários de órgãos governamentais, a exemplo da Agência Brasileira de Cooperação, Embrapa e Fiocruz.

O “Escritório de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores em Adis Abeba”, na Etiópia, foi oficializado por meio de portaria do Ministério das Relações Exteriores (MRE), publicada no Diário Oficial da União de 17 de abril de 2025.

 

Cooperação histórica

O escritório da Embrapa na África em Acra, implementado em dezembro de 2006 e situado no campus do CSIR ("Council for Scientific and Industrial Research”), instituto vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia de Gana, teve como objetivo coordenar as atividades de cooperação técnica no continente. A estrutura, conhecida então como Embrapa-África, viabilizou uma série de projetos com diferentes países.

O pesquisador da Embrapa Paulo Galerani, que começou, junto com seu colega Cláudio Bragantini, os trabalhos no escritório, destaca o projeto de cooperação técnica internacional "Fortalecimento tecnológico e difusão de boas práticas agrícolas para o algodão nos países do C-4 e Togo" (Cotton4+Togo). Foi desenvolvido pelo Brasil em conjunto com Benim, Burquina Faso, Chade e Mali, na primeira fase, e ampliado com a inserção de Togo, todos eles países localizados na África Ocidental. O projeto foi implementado por José Geraldo Di Stefano, também da Embrapa, na época sediado no Mali, de onde coordenou, durante cinco anos, as ações.  

“O Cotton4+Togo não foi apenas um projeto de transferência de tecnologia. Foi uma experiência de construção conjunta, de troca de saberes e de fortalecimento das capacidades locais. Aprendemos tanto quanto ensinamos. O verdadeiro diferencial da cooperação brasileira foi construir soluções junto aos parceiros africanos, considerando suas realidades, seus saberes e sua cultura. No projeto Cotton4+Togo, não levamos pacotes prontos. O que levamos foi uma metodologia, uma forma de trabalhar baseada no diálogo, na formação de capacidades locais e na construção conjunta de conhecimento”, afirma Di Stefano.

 

Paulo Galerani reforça que a Embrapa não levou apenas variedades de algodão da Embrapa. "O projeto incluía um trabalho de capacitação e transferência de conhecimento e tecnologia dirigido ao sistema produtivo como um todo, incluindo a recuperação do solo. Trabalhamos, por exemplo, com adubação verde, o que favorece a produção de matéria orgânica, melhorando as condições biológicas, químicas e físicas do solo”, lembra também Galerani.

A iniciativa contribuiu para que os cinco países africanos pudessem desenvolver o setor de algodão, aumentando a produtividade, gerando diversidade genética e aprimorando a qualidade do produto cultivado.

“Algodão que produz alimento, alimento que produz algodão - essa lógica integrada, que conecta segurança alimentar e desenvolvimento econômico, foi fundamental para gerar resultados sustentáveis. Trabalhamos sempre para fortalecer não apenas a cadeia do algodão, mas também a capacidade das famílias agricultoras produzirem seu próprio alimento, diversificar sua produção e gerar renda. E é exatamente esse modelo de cooperação, centrado nas pessoas, que pode ser expandido com a atuação da representação na Etiópia”, conclui Di Stefano. 

Baixo Shire

Outro projeto de destaque, iniciado em 2014 e vigente até 2020, esteve voltado ao fortalecimento do setor algodoeiro nas bacias do Baixo Shire e Zambeze, em Moçambique e Malaui. A iniciativa contou com a parceria da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do Instituto do Algodão de Moçambique (IAM) e com o financiamento do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

Com Gana foram negociados projetos com mandioca, cacau e também algodão. Para Angola, em parceria com o Instituto de Investigação Agronômica (IIA), do Ministério da Agricultura daquele país, foram levadas variedades e sistemas de produção de caupi, batata-doce e grão-de-bico.  Com Senegal, foi desenvolvido projeto estruturante envolvendo arroz.

Galerani cita, ainda, o ProSavana como um dos importantes projetos estruturantes em Moçambique.  “O projeto, em parceria com a Jica e o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IAM), tinha como foco o desenvolvimento agrícola da região do Corredor de Nacala e contemplava toda uma organização envolvendo sistemas produtivos, agricultores familiares”.

MarketPlace

Outro destaque de parceria envolvendo países africanos diz respeito ao Agricultural Innovation MKTPlace (MarketPlace), iniciativa internacional apoiada por diversos atores, incluindo o Fórum Africano para Pesquisa Agropecuária (Fara). O objetivo era unir especialistas e instituições brasileiras, africanas, latino-americanas e caribenhas para desenvolver, conjuntamente, projetos de pesquisa para o desenvolvimento agrícola, beneficiando inclusive pequenos produtores e possibilitando a inovação. A troca de conhecimentos e tecnologias estava no foco da iniciativa e pressupunha as semelhanças na cultura, no clima, nos ecossistemas e nas práticas agrícolas.

Foto: Cláudio Bezerra (algodão)

 

Projetos recentes

Mais recentemente, sempre em parceria com a ABC, a Embrapa iniciou novos projetos. Com a Etiópia, por exemplo, o foco tem sido a recuperação de solos ácidos.  Com o Senegal, está sendo desenvolvido o projeto Muralha Verde. Trata-se do plantio de florestas na divisa com o deserto do Saara, de forma a criar uma proteção para conter seu avanço.

Com Angola, destaca-se um projeto em apoio à agricultura familiar no Vale do rio Cunene. Milheto e sorgo, que se adaptam a solos ácidos, estão no foco da iniciativa. Há intenções também relacionadas a cacau e café, ainda em estudo. Outro projeto contempla a produção de arroz.

Também com Angola, a Embrapa participa de um memorando de entendimento no âmbito do Ministério da Agricultura e Pecuária brasileiro (Mapa) para apoio à reformulação do instituto de pesquisa daquele país. O objetivo é a fusão entre o instituto de investigação agrária e o instituto de investigação em veterinária, hoje separados. A proposta de fusão está ainda em avaliação.

No mesmo memorando de entendimento, há outras iniciativas envolvidas, como a produção de manuais de produção de soja, arroz, milho e feijão e o zoneamento de risco climático. “Há interesse também na nossa metodologia Caravana Embrapa, para recuperação de solos, uma das questões prioritárias de toda a África”, aponta Galerani.

Há, atualmente, proposta, envolvendo a ABC, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o Fórum Africano para Pesquisa Agropecuária (Fara) e a Fundação Bill & Melinda Gates, voltada à capacitação de pesquisadores africanos em unidades da Embrapa, no Brasil. A ideia foi discutida no Diálogo Brasil-África, promovido pela Empresa em março deste ano.

“A perspectiva é criar condições para o desenvolvimento de seus próprios sistemas de pesquisa e reduzir a dependência de mão de obra internacional. Pois os países africanos precisam fortalecer suas capacidades – já bastante desenvolvidas – para darem sequência ao que foi iniciado em parceria”, conclui Paulo Galerani.

Foto: Cláudio Capeche (sorgo)

 

Pesquisador selecionado

Jose Ednilson Miranda (foto à direita, em atividade no projeto Cotton4+Togo) foi escolhido para atuar, em conjunto com a Agência Brasileira de Cooperação, do MRE, na elaboração e execução de projetos de cooperação técnica na área de agricultura, por processo seletivo interno organizado pela Empresa no início deste ano.

Ele é pesquisador da Embrapa desde julho de 2002, hoje lotado na Embrapa Algodão.  Atua em manejo integrado de pragas do algodoeiro, controle biológico, controle químico e plantas inseticidas. Tem ampla experiência em orientação acadêmica e como articulador e membro técnico de projetos de cooperação Sul-Sul no continente africano, em projetos da ABC/MRE e Embrapa.

Miranda concluiu a graduação em Engenharia Agronômica na Universidade Estadual de Londrina. Tem mestrado em Zootecnia e doutorado com concentração em Entomologia Agrícola , ambas as pós-graduações pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

 

Um continente que cresce

“Este segundo Diálogo Brasil-África se consagrou como espaço de convergência de interesses e de agendas comuns. Saúdo, nesse sentido, a assinatura de seis memorandos de entendimento e três protocolos sanitários que reforçam a cooperação entre o Brasil e os países africanos”, disse, no encerramento do evento, o embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores.

O chanceler destacou o acordo assinado com a Embrapa, ressaltando a expectativa do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em impulsionar novas iniciativas entre o Brasil e países e organizações da África. “Um continente que cresce, inova e se transforma”, enfatizou, chamando a atenção dos setores privados brasileiros para as oportunidades oferecidas pela África.

Citou exemplos de acordos e projetos, entre eles o Cotton 4 e o Cotton Victória, que, segundo ele, transformaram o setor do algodão na África. Ambos os projetos são frutos de compensações financeiras obtidas a partir de uma decisão favorável ao Brasil em contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC).

 “Esses exemplos ilustram a importância do multilateralismo e o potencial do Sul Global para beneficiar-se de um sistema de governança internacional que reflita as necessidades e as aspirações dos países em desenvolvimento”, concluiu Vieira.

Números citados pelo ministro Mauro Vieira, do MRE

- o Brasil mantém 42 acordos bilaterais de cooperação técnica com a África, incluindo com a União Africana;

- esses acordos amparam 120 projetos em execução;

- as relações comerciais entre o Brasil e os países africanos cresceram: em 2024, o comércio bilateral superou 24 bilhões de dólares, um aumento de 19% em relação ao ano anterior;

- o continente africano conta com a população mais jovem do mundo – mais de 1 bilhão e 300 milhões de pessoas distribuídas em 54 países;

- seu PIB já ultrapassa 3 trilhões de dólares, com crescimento médio anual de 3,5%.

 
 

Marita Cardillo (2264 DF)
Assessoria de Comunicação (Ascom)

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