Yutori (ゆとり) é uma palavra japonesa que não tem uma tradução única e exata para o português, mas pode ser entendida como espaço, folga, margem, lazer, conforto, ou até mesmo uma sensação de amplitude mental e temporal.
É um conceito que sugere ter tempo e espaço de sobra para pensar, para agir com calma, para relaxar, para ter liberdade de movimento e de pensamento. Não se trata apenas de ter tempo livre, mas de ter uma qualidade de tempo que permite a tranquilidade e a ausência de pressa ou pressão excessiva.
Pense em "Yutori" como o oposto de estar sempre correndo, apertado, sob estresse constante. É a capacidade de:
Um dos contextos mais famosos em que o termo "Yutori" foi amplamente discutido no Japão foi na educação, conhecido como Yutori Kyōiku (ゆとり教育).
Entre o final dos anos 1980 e meados dos anos 2000, o Ministério da Educação do Japão implementou uma série de reformas educacionais visando reduzir a carga de estudo, o número de matérias e o tempo em sala de aula para os alunos. O objetivo era exatamente proporcionar mais "yutori" – mais tempo para os alunos pensarem, para desenvolverem sua criatividade, para praticarem atividades extracurriculares e para terem uma infância menos estressante e focada apenas em exames.
No entanto, essa política gerou muitas controvérsias. Enquanto alguns defendiam que ela reduzia a pressão e melhorava o bem-estar dos alunos, críticos argumentavam que o "yutori kyōiku" levou a uma queda no nível acadêmico e na competitividade dos estudantes japoneses, uma vez que eles aprendiam menos conteúdo em comparação com gerações anteriores ou com alunos de outros países. Como resultado, houve um ajuste nessas políticas, e a carga de conteúdo e tempo de estudo foi gradualmente reintroduzida.
Fora do contexto educacional, o conceito de "yutori" é muito valorizado na cultura japonesa como um ideal de vida. Ele se aplica a diversas situações:
Em essência, "yutori" é buscar um equilíbrio que permita uma vida mais tranquila, com menos pressa e mais espaço para o bem-estar e a reflexão. É uma lembrança de que a qualidade do tempo muitas vezes supera a quantidade de tarefas feitas.