A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) lançou uma nova ferramenta para que gestores, empresários e a própria população acompanhem a evolução do comércio exterior do Paraná. Trata-se de um painel interativo com um panorama completo das exportações e importações paranaenses, destacando não apenas os produtos comercializados, mas também os destinos, valores e volumes movimentados.
A proposta, segundo a Assessoria Técnica de Economia (ATE), é permitir que a sociedade tenha uma visão bastante clara não só do que o Estado compra e vende para o mundo, mas também da dimensão da importância de cada indústria nesse comércio global – assunto que se tornou central no atual cenário político e econômico. A novidade é uma forma de ajudar a acompanhar e a mensurar os impactos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, que entraram em vigor no dia 6 de agosto.
“Com as tarifas, o brasileiro passou a se interessar pelo impacto que essas medidas vão trazer à nossa economia. Assim, desenvolvemos uma plataforma que permite uma visão bem clara e detalhada daquilo que o Estado e o próprio país mais compra e vende”, explica Eduardo Paim, assessor técnico da Sefa e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do painel.
Mais do que apenas servir de curiosidade, a ferramenta é uma poderosa aliada para a tomada de decisões estratégicas. “Ainda no caso dos EUA, nos últimos dias, vimos uma corrida contra o tempo dos estados para se prepararem para as tarifas. Então ter esse nível de detalhamento dos setores mais afetados ou de possíveis outros mercados é fundamental – e tudo a alguns poucos cliques de distância”, diz Paim.
Com uma interface intuitiva e gráficos interativos, o painel de comércio exterior da Sefa agrega dados fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Governo Federal, e não se limita apenas ao Paraná. É possível atribuir filtros que mostram o cenário nacional ou de cada um dos estados brasileiros, permitindo comparações e acompanhamentos históricos.
Segundo o diretor-geral da Secretaria da Fazenda, Luiz Paulo Budal, a criação do painel reflete o compromisso em fornecer ferramentas que fomentem o crescimento econômico e a competitividade. "O painel de monitoramento do comércio exterior é um marco para o Paraná. Ele democratiza o acesso à informação, permitindo que nossos empresários tomem decisões mais assertivas e que possamos, como Estado, desenvolver políticas públicas cada vez mais alinhadas às necessidades do nosso comércio internacional na velocidade que essas demandas exigem", afirma.
PRIMEIROS SETE MESES – O Paraná liderou as exportações na região Sul entre janeiro e julho de 2025, somando US$ 13,2 bilhões (R$ 71,9 bilhões na cotação atual) de vendas para o Exterior. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o Estado ficou à frente do Rio Grande do Sul (US$ 11,2 bilhões) e de Santa Catarina (US$ 7 bilhões) e foi o quinto maior exportador do País no período.
A soja em grão continua sendo o principal produto exportado pelo Paraná e respondeu por 19,7% das vendas internacionais no período, chegando a uma receita de US$ 2,6 bilhões. Maior produtor e exportador nacional da proteína, o Paraná também comercializou US$ 2,07 bilhões em carne de frango in natura, que respondeu por 16% das exportações do Estado.
Outros destaques foram o farelo de soja (US$ 747,4 milhões), açúcar bruto (US$ 635,4 milhões), papel (US$ 470,2 milhões) e automóveis (US$ 441,1 milhões). Mais da metade (58,4%) das exportações paranaenses é composta por alimentos, que somaram uma receita de US$ 7,7 bilhões no período.
O principal destino das mercadorias paranaenses é a China, que adquiriu quase US$ 3 bilhões do Estado entre janeiro e julho. Segundo principal mercado, as exportações para a Argentina tiveram um salto de 97,1% no período, ultrapassando US$ 1 bilhão. Na sequência estão os Estados Unidos (US$ 856,9 bilhões), ainda sem o efeito das tarifas impostas a partir de agosto, México (US$ 512,3 bilhões) e Paraguai (US$ 361,2 bilhões).
A plataforma já está disponível e pode ser acessada direto pelo site da Secretaria da Fazenda.