A Prefeitura de Foz do Iguaçu vai aplicar, pela primeira vez, um aplicativo próprio com inteligência artificial no levantamento da população em situação de rua do município. Batizado de Conecta Foz, o sistema foi criado internamente pela Secretaria Municipal de Tecnologia, Inovação e Modernização Digital. A ferramenta permitirá registrar entrevistas de forma offline, com georreferenciamento e envio automático dos dados para processamento estatístico, que será usado para orientar políticas públicas.
Além do censo, o Conecta Foz será utilizado por todas as secretarias e órgãos municipais sempre que for necessário realizar levantamentos ou visitas em campo. Isso significa que áreas como saúde, assistência social, obras, meio ambiente e educação poderão usar a mesma tecnologia para coletar informações diretamente com a população, de maneira rápida e segura.
Segundo o secretário de Tecnologia, Luiz Teixeira, a plataforma segue padrões semelhantes aos do IBGE e utiliza ciência de dados e inteligência artificial para consolidar indicadores. “O entrevistador abre o questionário, responde conforme as condições, coleta a localização e, quando há conexão, envia para um repositório central. Depois, os dados são processados e geram um painel estatístico completo”, afirmou.
O secretário de Assistência Social, Alex Thomazi, ressalta que o censo, previsto para ocorrer entre 19 e 25 de agosto, é pioneiro no interior do Brasil por ser conduzido diretamente pelo Executivo municipal. “O Conecta Foz traz celeridade e agilidade na entrega dos resultados, permitindo ações mais assertivas”, disse.
Treinamento e operação
Nos dias 12 e 13 de agosto, 48 servidores e voluntários participaram de treinamento no auditório da Fundação Cultural para aprender técnicas de abordagem e o uso do aplicativo. As equipes atuarão em três turnos diários (manhã, tarde e noite) percorrendo todas as regiões da cidade.
O questionário abordará temas como saúde, educação, habitação, vínculos familiares e empregabilidade. Atualmente, as únicas referências oficiais vêm do Cadastro Único, que aponta entre 964 e 1.060 pessoas em situação de rua na cidade, mas com dados defasados. “O censo vai mostrar, nesse recorte, exatamente quantas pessoas estão aqui”, disse Thomazi.
Com os dados consolidados, a pasta terá o diagnóstico preciso sobre o tamanho, o perfil e a rotatividade dessa população, inclusive identificando pessoas que circulam entre diferentes municípios. O objetivo é usar o mapeamento como base para políticas mais eficazes.