O Hospital Municipal Padre Germano Lauck está com uma programação especial em alusão ao Setembro Verde, mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos. Durante todas as noites, o hospital será iluminado na cor verde, simbolizando a esperança de vida que a doação de órgãos proporciona a milhares de pacientes à espera de transplantes.
Com mais de 50 mil pessoas na fila de transplantes no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a necessidade de aumentar o número de doadores é urgente, especialmente para órgãos como rins, fígado, coração e pulmão. Diante dessa realidade, a ABTO, em parceria com o Ministério da Saúde, criou o Setembro Verde, campanha nacional que visa sensibilizar a população sobre o tema.
O Hospital Municipal de Foz se destaca nesse contexto como referência em captação de órgãos, ocupando a 2ª posição na região Oeste do Paraná. É um processo intrinsecamente delicado, que envolve múltiplas esferas e requer a colaboração de diversos agentes para garantir sua efetividade. Desde a identificação do potencial doador até a efetivação da doação, cada etapa deve ser cuidadosamente planejada e executada, seguindo protocolos rigorosos.
Processo meticuloso e complexo
Inicialmente, é necessário que o doador seja considerado apto, o que implica uma avaliação clínica criteriosa. Paralelamente, o consentimento da família é fundamental; sem essa autorização, a captação não pode prosseguir. Uma vez que essas etapas estejam alinhadas, a coordenação entre as equipes envolvidas se torna essencial. Isso inclui médicos, enfermeiros e profissionais responsáveis pelo transporte dos órgãos.
A logística é igualmente complexa e exige o uso de ambulâncias e, em muitos casos, aeronaves adequadas para o transporte ágil e seguro dos órgãos. O tempo de traslado é frequentemente escasso e cada minuto é crucial para preservar a viabilidade dos órgãos para transplante. Assim, a comunicação eficaz entre todos os profissionais de saúde, equipes de transporte e familiares é fundamental para garantir que a captação ocorra de maneira eficiente e respeitosa.
A importância de ter todos os agentes alinhados não pode ser subestimada. Cada etapa do processo é interdependente, e a falha em qualquer um dos pontos pode comprometer o sucesso do transplante. Por isso, é imprescindível que instituições de saúde, como o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, sigam rigorosamente todos os protocolos estabelecidos, assegurando que cada doador e sua família sejam tratados com dignidade e respeito, enquanto se trabalha incansavelmente para salvar vidas.
Programação
Ao longo do mês, o Hospital Municipal fará uma série de ações internas e externas para conscientizar a população sobre a doação de órgãos. Além da iluminação do Hospital, serão feitos treinamentos e palestras para as equipes, blitz em semáforos para engajar a comunidade e coletivas para a imprensa, promovendo informações essenciais e sensibilizando a todos sobre a relevância da doação de órgãos.
A diretora do Hospital Municipal, Iélita Santos, destaca a importância do hospital como referência em captação de órgãos no Oeste do Paraná: “Nosso hospital tem se destacado pela excelência na captação de órgãos em nossa região. Isso é resultado do trabalho árduo de nossa equipe, que se dedica a salvar vidas e oferecer esperança a quem mais precisa. Acreditamos que a conscientização é fundamental para aumentar o número de doadores e, assim, transformar ainda mais vidas.”
O coordenador médico das UTIs e presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, Dr. Roberto Almeida, ressalta os motivos da eficiência do hospital. “Nossa maior diferença está na equipe comprometida em todas as etapas da captação de órgãos, que envolvem questões delicadas e técnicas, mas é a dedicação e o envolvimento de cada membro que realmente fazem a diferença. Todos estão intensamente engajados nesse processo, compreendendo a importância de cada ação. Essa união e comprometimento nos destacam como referência, permitindo que possamos salvar vidas e oferecer esperança a muitas pessoas.”
Martha Pereira, enfermeira responsável pela CIHDOTT no Hospital e gerente das UTIs 1 e 3, enfatiza: “é fundamental olharmos para a fila de espera, que atualmente conta com milhares de pessoas aguardando por transplantes. No entanto, essa realidade se agrava pela falta de doadores disponíveis. Precisamos mudar essa situação, conscientizando a população sobre a importância da doação de órgãos. Cada doador pode transformar vidas e oferecer esperança a quem mais precisa. Juntos, podemos fazer a diferença e reduzir essa fila, salvando muitas vidas.”
Qualquer pessoa saudável, acima de 18 anos, pode ser um candidato à doação de órgãos, independentemente de sexo ou raça. Existem dois tipos de doadores: vivos, que podem doar parte de órgãos sem risco à saúde, e falecidos, cujos órgãos são doados após a confirmação de morte encefálica, com a autorização da família.