O deputado Zeca Dirceu (PT) disse nesta segunda-feira (8) que a pauta do Congresso Nacional não é anistia aos golpistas e muito menos o entreguismo aos EUA, mas sim os avanços do Brasil soberano como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a valorização do salário mínimo nacional que ficará na casa dos R$ 1.631,00 a partir do ano que vem.
"A pauta do Congresso Nacional tem que tratar de temas da saúde e da educação. Tem mudanças positivas acontecendo, tanta coisa ainda para ser feita. O governo acabou de mandar a proposta orçamentária. O salário-mínimo, pela terceira vez consecutiva, depois de seis anos de congelamento, voltou a ser reajustado acima da inflação", disse Zeca Dirceu em entrevista à jornalista Marcela Rahal da TVVeja.
Está no orçamento de 2026, segundo o deputado, a previsão dos recursos para as obras do PAC em áreas como habitação e mobilidade urbana. "Tem obras de infraestrutura importantes do país para serem debatidas e discutidas no Congresso. O foco deveria estar nisso, no orçamento, nos investimentos, nas soluções para a vida da população e não em anistiar golpistas ou entregar as terras nobres aos americanos", disse Zeca Dirceu.
Sem apoio
Na entrevista,Zeca Dirceu citou outro exemplo: o presidente Lula (PT) assinou no final da semana passada uma nova medida provisória que prevê mais R$ 12 bilhões em apoio aos produtores para renegociar as dívidas junto aos bancos. "Os problemas climáticos nos últimos anos fizeram aumentar a inadimplência e o governo vai ajudar nessa recuperação e renegociação do agronegócio à agricultura familiar. A MP deve ser debatida, analisada e aprovada pelo Congresso", disse.
"Essa pauta da anistia, apesar de algum barulho nas ruas, quando você olha as pesquisas, quando ouve a população, de um modo geral, não há apoio. Nem sequer a maioria. Há uma rejeição da maioria a essa pauta da anistia".
O deputado também é contra qualquer proposta alternativa de anistia como aventada por parlamentares do Congresso Nacional. "Somos contra qualquer texto alternativo de anistia ou qualquer tipo de anistia. Primeiro, porque há provas dos crimes. E, em segundo, porque, perante a própria Constituição, esse tipo de crime não é passível de anistia, de indulto, de perdão. Está lá na Constituição", defendeu.
Soberania
O presidente Lula está fazendo, segundo o deputado, o que deveria ser feito por todos os políticos brasileiros. "Lula está defendendo a soberania do Brasil, principalmente neste momento em que o país está sendo chantageado, atacado pelas tarifas que o Bolsonaro articulou junto ao Trump".
"E olha que coisa absurda. Ao mesmo tempo da defesa da soberania em Brasília e no Grito dos Excluídos em várias capitais e dezenas de cidades, o que se viu na Avenida Paulista? Manifestantes exaltando e abrindo uma bandeira gigante dos EUA. Isso é um absurdo, isso é vergonhoso", apontou.
Defender o Brasil, disse ainda o deputado, é ficar ao lado da agricultura, da indústria e dos avanços no campo social e da retomada na qualidade dos serviços públicos. "É defender a condição que o Brasil tem de exportar, de vender os seus produtos, de gerar emprego a partir disso. Olha quantos mercados novos foram abertos pelo presidente Lula nas últimas semanas, nos últimos meses e até mesmo nos três últimos anos", afirmou.
"Se eles vão ficar ao lado dos EUA, eu tenho certeza de que isso vai custar muito caro nas urnas. A população brasileira não vai aceitar isso, não vai entender que, num 7 de Setembro, a bandeira exaltada não seja a do Brasil, mas sim a bandeira dos EUA, que era a maior lá naquele ato. Isso é vergonhoso, isso é um crime de lesa-pátria", completou.