Nos laboratórios e salas de aula da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está em concepção um projeto que vai atingir as cinco regiões brasileiras e pretende ampliar o número de mulheres que fazem exames para identificar o câncer de colo de útero.
Coordenada pela professora Márcia Consolaro, a ação terá a participação de outras quatro universidades e instituições públicas brasileiras para promover a autocoleta para HPV – o vírus que causa a doença – em mulheres que não aderem ao exame papanicolau. O trabalho da UEM é mais um exemplo da série Paraná, o Brasil que dá Certo, produzida pela Agência Estadual de Notícias.
Chamado de “Autocoleta e teste de HPV em mulheres não rastreadas para o câncer cervical: estudo multicêntrico de viabilidade no Brasil”, o projeto aguarda apenas a liberação de recursos do Ministério da Saúde para iniciar o trabalho com mulheres de Maringá, Ouro Preto (MG), Natal (RN), Goiânia (GO) e Manaus (AM), dentro da área de atuação das instituições.
Além da UEM, também participam as universidades federais de Ouro Preto (UFOP), no Sudeste; do Rio Grande do Norte (UFRN), no Nordeste; de Goiás (UFG), no Centro-Oeste; e a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (Cecon), no Norte.
O projeto será feito por mulheres e para mulheres. Com exceção de um bolsista, toda a equipe da UEM liderada por Márcia é feminina, assim como a coordenação das demais instituições. Um dos pilares é a formação de agentes comunitárias de saúde, todas mulheres, que farão a busca ativa daquelas que não procuram as unidades de saúde para fazer o preventivo.
“A ideia é ter estratégias que foquem não no exame, mas sim naquela mulher que não adere ao que é oferecido como modalidade nacional. Temos que fazer dessa mulher uma agente da própria saúde, e é isso que a autocoleta oferece. Isso pode gerar benefícios como uma cultura de prevenção em várias outras áreas da saúde”, explica Márcia.
Ela é farmacêutica-bioquímica formada pela UEM e professora da instituição há 27 anos, lecionando atualmente nos cursos de graduação de Farmácia e Biomedicina e no programa de pós-graduação de Biociência e Fisiopatologia.
Uma das bolsistas do projeto é a biomédica Maria Vitória de Souza, que destaca a importância de fazer com que o trabalho de pesquisa universitária chegue a essas mulheres. “Com ele, conseguimos levar a ciência para além do muro da universidade. Como mulher e pesquisadora, é muito gratificante participar de um projeto que pode fazer com que outras mulheres não cheguem a um estágio avançado de câncer”, afirma.