O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) protagonizou nesta quinta-feira (6) um dos momentos mais sinceros da CPMI do INSS, ao confrontar e cobrar explicações do ex-ministro Onyx Lorenzoni sobre as fraudes bilionárias em associações que lesaram aposentados e pensionistas.

Durante seu pronunciamento, Zeca afirmou que o governo Bolsonaro não só deixou de impedir as irregularidades, como criou as condições para que elas se multiplicassem após a edição do Decreto nº 10.537/2020, assinado por Onyx quando chefiava o Ministério da Previdência.

“O senhor vem aqui posar de paladino da moral, mas foi no seu governo que prepararam o terreno para a fraude. Vocês assistiram calados enquanto aposentados, viúvas e crianças eram roubados. E agora tentam posar de vítimas”, declarou o parlamentar.

Zeca Dirceu apresentou dados da Controladoria-Geral da União (CGU) que comprovam o aumento exponencial dos repasses às entidades investigadas justamente durante o governo Bolsonaro.

“O decreto que o senhor assinou ampliou as brechas e viabilizou os golpes que explodiram em 2023 e 2024. Foi um governo que não impediu nada — preparou o crime para acontecer”, acusou.
O deputado também cobrou explicações sobre doações eleitorais recebidas por Onyx Lorenzoni de empresários e dirigentes de entidades envolvidas nas fraudes.

“Está aqui, ministro: Felipe Macedo Lopes, o ‘Golden Boy’, R$ 60 mil; Everton Rosa, dono da Facta, R$ 25 mil. O senhor sabe quem recebeu, quem pediu e quem coordenou a campanha. Vai continuar fingindo que não sabia?”, questionou.

Zeca Dirceu comparou a omissão do governo anterior com as medidas anticorrupção adotadas na atual gestão:

“O ciclo de fraudes foi interrompido no nosso governo, com medidas firmes e inéditas. Já são R$ 2,4 bilhões devolvidos para 3,5 milhões de aposentados e pensionistas lesados, graças à ação do presidente Lula e da CGU. No governo de vocês, nada foi devolvido.”

Encerrando sua fala, o parlamentar ironizou Onyx ao lembrar o episódio em que o ex-ministro admitiu caixa dois e fez uma tatuagem:

“A pergunta que fica é: qual tatuagem o senhor vai fazer agora? Porque esse ciclo de erros e arrogância parece não ter fim.” E sugeriu uma imagem para a nova tattoo, de uma serpente engolindo a própria extremidade do corpo.