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Mapa anuncia recursos para o Programa Caminho Verde

Embrapa, Jica e Banco do Brasil estão entre os parceiros no programa Caminho Verde

Por: Redação Fonte: Embrapa
19/11/2025 às 08h01
Mapa anuncia recursos para o Programa Caminho Verde
Assessoria

Embrapa, Jica e Banco do Brasil estão entre os parceiros no programa Caminho Verde

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, hoje (17), o primeiro transporte de recursos da ordem de R$ 30 bilhões para o Programa Caminho Verde, com foco nos investimentos voltados para a conversão de áreas degradadas para a produção de alimentos. O programa será financiado por bancos, com juros abaixo do mercado, entre eles o Banco do Brasil, o BNDES, o BTG, o Itaú, Caixa Econômica, entre outros. Os recursos começarão a ser acessados ​​a partir de 2026 e conta com a parceria do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Fazenda para o financiamento. A meta inicial é recuperar, com este montante, cerca de 1,3 milhão de hectares nesta primeira rodada.

A meta geral do programa é recuperar até 40 milhões de hectares de áreas degradadas em dez anos. Este foi o debate do painel “Programa Caminho Verde Brasil: avanços, desafios e oportunidades”, realizado nesta segunda-feira em um dos auditórios da AgriZone, espaço da Embrapa e parceiros, também conhecido como “Casa da Agricultura Sustentável” na COP30. O evento técnico foi organizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), a Embrapa e o Banco do Brasil.

Para o assessor especial do ministro da Agricultura e Pecuária e presidente do Conselho de Administração da Embrapa, Carlos Augustin, o Caminho Verde reforça a posição estratégica do País na agenda global e destaca as práticas regenerativas como solução para garantir a segurança alimentar e a estabilidade climática.

“O programa cria condições para um expressivo aumento da produção de alimentos e de biocombustíveis, sem desmatamento de novas áreas, preservando matas nativas”, explica. “Dessa forma, promove simultaneamente a segurança alimentar, apoia a transição energética e conserva o meio ambiente”.

Dados do Mapa indicam que, atualmente, o Brasil possui cerca de 280 milhões de hectares destinados à agropecuária, dos quais 165 milhões são pastagens, sendo que aproximadamente 82 milhões de hectares estão em algum grau de manipulação. A proposta do programa é a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo dos próximos dez anos, convertendo essas áreas em terras agricultáveis ​​de alto rendimento, sem a necessidade de desmatamento.

O recurso que será reportado no valor de R$ 30 bilhões representa o início do programa, mas o Mapa está em busca de novas parcerias. O programa Caminho Verde faz parte da carteira de financiamento do Ministério da Fazenda - O Eco Invest Brasil, parte do  Novo Brasil , criado para investimentos investimentos privados sustentáveis ​​e atrair capital externo para projetos de longo prazo, oferecendo instrumentos de proteção contra a volatilidade do câmbio. Com mecanismos financeiros inovadores, o programa viabiliza projetos estratégicos para a indústria verde, recuperação de biomas, infraestrutura para lidar com os efeitos das mudanças do clima e de inovação tecnológica para a Transformação Ecológica. Serão R$ 16,5 bilhões do Tesouro e os outros R$ 16 bilhões das instituições financeiras.

 

Acordo de cooperação com a JICA

Com a Jica estão previstos mais U$ 1 bilhão, sendo U$ 500 milhões no primeiro ano e U$ 500 milhões no segundo ano, a partir de um acordo de cooperação técnica que será assinado nesta terça-feira, 18, entre Mapa, Embrapa e Jica. Os valores previstos estão em fase de negociações. Serão quatro eixos estratégicos considerados na parceria: fortalecimento da resiliência climática, apoio aos pequenos e médios produtores rurais, crescimento da segurança alimentar e expansão do acesso à energia sustentável. 

O acordo com a JICA terá como foco a cooperação técnica externa para o desenvolvimento do cerrado brasileiro, com ênfase em recuperação de pastagens degradadas, monitoramento por imagens por satélites, saúde do solo, mitigação e adaptação às mudanças climáticas e transferência de tecnologia e capacitação de técnicos e produtores.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Cerrados, Edson Sano, também serão usados ​​recursos para estudos que projetam uma escala de manipulação do solo, considerando que nem todas as áreas degradadas têm condições de produção de grãos devido às limitações naturais. “Isso exige pesquisa para definir quais são as áreas desenvolvidas para o acordo de cooperação técnica”, explicou o pesquisador.

 

Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre, destacou que as áreas degradadas oferecem um potencial forte de recuperação para a produção de grãos, fibras e biocombustíveis, aumentando a capacidade brasileira de fornecimento de alimentos em um cenário global, de forma sustentável.

Na perspectiva da sustentabilidade, o Programa Caminho Verde inclui o uso de boas práticas recomendadas pela Embrapa. No caso de produção de alimentos, planejamento conforme recomendação do ZARC, planejamento direto, uso de bioinsumos e inoculantes, uso de sementes certificadas ou salvas legalmente, plantio de cobertura, gestão de embalagens de agroquímicos. No caso de pecuária o uso de sementes de forrageiras, divisão das pastagens e manejo do pastejo, proteção aos corpos d´água, taxa de lotação de acordo com a capacidade de suporte das pastagens e rastreabilidade. Para florestas plantadas a Embrapa sugere as seguintes recomendações: uso de bioinsumos, manejo de solos, manejo integrado de planejamento, plano de combate a incêndios e proteção dos corpos d´água.

A Embrapa também elaborou um conjunto de indicadores para aplicação no programa. Entre elas: metodologia de Bioanálise dos Solos (BioAs), metodologia de determinação de estoques de carbono no solo, metodologia de balanço de emissão de gases, dentre outras. Além de calculadoras como o RenovaCalc, ABC+Calc, Zarc, Plataforma de Saúde do Solo, Carne Baixo Carbono, entre outras.

Para o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, o tema da sustentabilidade é uma das suas prioridades. Ele explicou que o primeiro estímulo para que o produtor entre no programa é a expectativa efetiva de rentabilidade com a recuperação de suas áreas degradadas. “Este convencimento é o primeiro argumento para a tomada de decisão de recuperar a pastagem”, explicou. Ele acrescentou que o incentivo, via crédito e tecnologias, deve vir junto com o controle do estado brasileiro contra o desmatamento ilegal. Por fim, o acesso ao crédito será fundamental com pagamento a longo prazo. “As três ações serão determinantes para o acesso ao crédito para o Caminho Verde”.

Para ele, o Caminho Verde é uma das soluções que traz vários elementos positivos, mas para o agricultor familiar, o ideal ainda é o Pronaf. O Caminho Verde será aplicado melhor aos médios e grandes produtores rurais. Mas a grande vantagem deste financiamento é a sua veiculação em uma área que utilizará boas práticas para a sua recuperação. “Um programa de governo com um compromisso mensurável do ponto de vista de área recuperada e o compromisso de não desmatar e um monitoramento que soma qualitativo e quantitativo”.

>> Saiba mais sobre o Programa Caminho Verde acessando aqui

Assista à gravação do debate:

 
 

Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Assessoria de Comunicação (Ascom))

Consultas da imprensa

Número de telefone: 61 3448 1516

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