Tudo que fazemos, decisões que tomamos ou deixamos de tomar, ao fim e ao cabo, são decisões políticas. Aristóteles definiu a espécie humana como animal político, zoon politikon. É inevitável atuar politicamente.
No Brasil e, a bem da verdade, no mundo, de modo geral, vivemos um ambiente de ânimos exaltados e um tanto hostil na política. É a chamada polarização. Embates de visões de mundo e ideologias, que são naturais, que devem permanecer no campo das ideias e da atuação dentro do aparato político-jurídico, ou seja, “dentro das quatro linhas”, parecem extrapolar esses limites todos os dias.
Ademais, na vida pessoal nenhuma pessoa deve acreditar que a violência política e o desrespeito, as mentiras, os ataques pessoais e revanchismos sejam coisas que tragam bons frutos para a sociedade. Na verdade, essas atitudes fazem com que muitas pessoas se afastem e desacreditam na política.
Nesse sentido, é preciso entender que nem tudo ocorre como desejamos ou esperamos. É preciso entender que a história, o cenário político que encontramos na hora de tomarmos decisões ou posições é herdado daqueles que nos antecederam. Nossas ações ajudam a construir a história, mas ela se dá sob certas circunstâncias que são anteriores a nossa própria existência como indivíduos.
Fazer política é mudar, interferir no mundo das pessoas o tempo todo, e, como isso se faz dentro de determinados marcos temporais e circunstanciais, é importante que se faça a leitura do momento e da comunidade em que se está inserido. Isso importa em, muitas vezes, fazer sacrifícios para atuar de forma comprometida com o bem comum, acima de interesses pessoais. Fazer política requer seriedade e maturidade.
A maturidade política exige, por sua vez, que pessoas que se lançam à vida pública identifiquem estrategicamente onde deve-se avançar e onde recuar nos momentos decisivos. A maturidade requer a fuga dos sedutores discursos populistas, para optar por uma boa dose de pragmatismo e resolver os problemas reais das pessoas - se é que o objetivo é realizar de fato o bem comum. Como bem dizia o Dr. Ulysses Guimarães: “O homem público é o cidadão de tempo inteiro, de quem as circunstâncias exigem o sacrifício da liberdade pessoal, mas a quem o destino oferece a mais confortadora das recompensas: a de servir à Nação em sua grandeza e projeção na eternidade”.
Jean Michel Daros Hack é bacharel em Ciência Política e Sociologia - Sociedade, Estado e Política na América Latina pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Passou pelo Instituto de Ciência Política -IPOL da Universidade de Brasília (UnB). Trabalhou na redação do Jornal O Presente. Atualmente é estudante de Direito, UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon e Conselheiro Tutelar eleito para a gestão 2024-2027.
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