As provas colhidas pela Polícia Federal e reveladas na quinta-feira (8) pela Operação Tempus Veritatis, que mirou Jair Bolsonaro e seus cúmplices em uma tentativa de golpe no fim de 2022 e início de 2023, são importantíssimas.
São elas que permitirão, como afirmou a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que a corja de conspiradores seja julgada e punida de acordo com “as regras do estado democrático de direito que eles tentaram destruir”. É assim que deve ser em uma democracia.
No entanto, o que se revelou, é preciso dizer, não surpreendeu ninguém que acompanhou com atenção os movimentos antidemocráticos do bolsonarismo. Quando começou, em 2021, a atacar o sistema eleitoral brasileiro e a incentivar sua turba de seguidores contra o Supremo Tribunal Federal, Jair Bolsonaro transparecia que estava pronto a atacar a democracia caso perdesse as eleições do ano seguinte.
O movimento da extrema direita brasileira foi tão aparente que, às vésperas da CPMI do Golpe, que investigou os atentados de 8 de janeiro e todas as ações que levaram aquele dia infame, iniciamos a publicação de uma série de matérias que mostravam passo a passo como a tentativa de golpe havia sido articulada.
Na série Suspeitos do 8 de Janeiro, mostramos as evidências que ligavam muitos dos alvos da operação de quinta-feira com o golpe. Já a série A Cara do Golpe mostrou como um ecossistema de desinformação havia sido montado pelo bolsonarismo para difundir uma série de narrativas falsas que levaram boa parte da população brasileira a duvidar do resultado das eleições.
A ousadia golpista era tamanha que até mesmo uma audiência pública no Senado foi realizada para difundir as mentiras e atiçar a massa acampada em frente a quartéis (veja também no vídeo abaixo).
Depois, no site especial sobre a CPMI do Golpe, acompanhamos como os deputados e senadores comprometidos com a democracia foram desvendando ainda mais o enredo golpista. Nas investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, ficou ainda mais claro que os golpistas não eram apenas aqueles que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro.
O golpe havia sido elaborado, estimulado e financiado por empresários, militares de alta patente, integrantes do governo Bolsonaro e até mesmo parlamentares, todos dispostos a uma ruptura democrática para manter o ex-capitão no poder, contra a vontade da maioria da população.
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