O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter, nesta quarta-feira (19), a taxa básica de juros (a Selic) em 10,50% ao ano, mesmo com todos os indicadores sinalizando para o aquecimento da atividade econômica. Com a decisão, o país segue com a segunda maior taxa de juros real do mundo.
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), contestou a decisão do Copom. Por meio do “X”, a parlamentar lamentou o congelamento da Selic.
“Não há justificativa técnica, econômica e muito menos moral para manter a taxa básica de juros em 10,50%, quando nem as mais exageradas especulações colocam em risco a banda da meta de inflação”, rebateu. “Não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a direção do BC vai conquistar credibilidade, nem hoje nem nunca”, completou.
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Com a decisão unânime, o Copom interrompe o ciclo de cortes da taxa básica de juros iniciado em agosto de 2023, contrastando com as próprias sondagens do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC.
Na segunda-feira (14), o Boletim informou que as estimativas sobre o IPCA em 2024 estão em 3,96%. Indicador permanece, portanto, dentro do teto de 4,5% da meta estabelecida pelo Banco Central, de 3%.
Em comunicado, o colegiado destacou “que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”.
O Copom argumentou ainda que vai manter a política contracionista “por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.
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