O painel “Mobilização de capital privado para o desenvolvimento de ativos verdes”, realizado durante a 3ª Reunião do Grupo de Trabalho de Infraestrutura que se encerrou no último dia 27, em Foz do Iguaçu, no estado brasileiro do Paraná, debateu como estimular recursos do setor público e privado tanto para a manutenção de áreas verdes em cidades - o que ajuda a melhorar a qualidade do ar - quanto para a construção de novos projetos de infraestrutura adaptados às mudanças climáticas.
Grizzi citou o exemplo do mercado de carbono que, em sua visão, está estagnado. “Quando falamos em conectar os parques entre si, temos áreas no meio que não teremos parques privados para implementar porque estão em áreas que não são tão atrativas para se construir um mercado, como na Amazônia por exemplo”, afirmou.
Com relação a essas observações, Luciene Machado, vice-diretora administrativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), argumentou que parcerias público privadas estão sendo testadas e que é preciso escolher projetos de infraestrutura que realmente possam ser replicados. “Apenas começamos a lidar com esse tipo de situação e estamos trabalhando para diminuir os riscos. Existe uma gama muito ampla de soluções mas só algumas podem ser aplicadas de forma segura”, ponderou.
Muitos recursos naturais nos Estados Unidos recebem financiamento público para serem mantidos. Fundado em 1891, o Jardim Botânico de Nova York preserva de forma natural parte da cidade e oferece lazer de qualidade para os moradores e turistas. Além de ser um local para estudo onde é possível encontrar mais de 550 mil livros e 7 milhões de espécies catalogadas. Para manter toda essa estrutura com mais de um milhão de metros quadrados, o jardim conta com fundos do Departamento de Assuntos Culturais da cidade de Nova York. Mas a administração do espaço é feita pela iniciativa privada.
Kurt Forsgren, diretor administrativo da S&P Global Rating, comentou sobre o Jardim Botânico para abordar como a parceria entre governos locais, ou nacionais, e a iniciativa privada pode ser bem sucedida para a criação e conservação de uma infraestrutura que contribui para a natureza e a qualidade de vida das pessoas.
Ele comentou um pouco sobre como as concessões de crédito para projetos verdes são feitas. “Focamos muito em qual o risco das mudanças climáticas e como isso impacta nos negócios, especialmente no mercado de crédito”, explicou Kurt. E para conceder crédito a uma fundação para gerenciar um ativo verde, alguns pontos são observados: como a gestão é feita pela fundação, se as finanças estão equilibradas, como gerenciam o risco, se tem dívidas e como investem o capital no longo prazo, por exemplo.
O Grupo de Trabalho de Infraestrutura debate a identificação de instrumentos inovadores para a mobilização de recursos financeiros para investimentos. Recentemente, o GT tem abordado como aumentar os recursos para infraestrutura e desenvolvimento sustentável, com atenção especial a cidades e a alguns dos desafios agravados pelas transições climática, energética e digital. A próxima reunião será nos dias 19 e 20 de setembro no Rio de Janeiro.
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