O Governo do Estado participa nesta semana do Agroleite 2024, uma das maiores e mais importantes feiras da América Latina dedicada à pecuária leiteira, que acontece em Castro, nos Campos Gerais do Paraná, e atrai produtores, empresas, profissionais e pesquisadores, que atuam no setor em todo o Brasil e em outros países.
A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) organizou o estande Arena Paraná, que reúne projetos científicos para a cadeia produtiva do leite. Os produtores também recebem informações sobre o Banco do Agricultor Paranaense, coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, sobre as certificações e serviços ofertados pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), e muito mais.
Para o secretário em exercício da Seti, Jamil Abdanur Júnior, o evento é uma plataforma para o intercâmbio de conhecimentos e o fortalecimento da cadeia produtiva do leite. “Com a troca de experiências entre as universidades, os produtores e os empresários que integram a cadeia produtiva do leite, e com o apoio da ciência e tecnologia, é possível potencializar a produção leiteira e assegurar mais qualidade e competitividade para a cadeia produtiva", salienta.
Um dos projetos é a Escola Tecnológica de Leite e Queijos dos Campos Gerais (ETL Queijos), uma iniciativa da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A instituição de ensino superior é referência em pesquisa e educação no setor agropecuário, atuando para elevar a qualidade e a competitividade dos produtos lácteos da região, que é posicionada como a maior bacia leiteira do Brasil e polo de excelência do setor.
A ETL Queijos contribui para aprimorar as práticas e técnicas de produção de leite e queijos, a partir da formação avançada e do suporte técnico para os produtores locais.
Doutor em Ciência e Tecnologia de Alimentos, o produtor Paulo Ricardo Los destaca a importância da qualificação técnica. “A qualificação possibilita uma base teórica e prática para que os produtores possam melhorar a qualidade dos queijos e agregar mais valor aos produtos, com impacto no aumento da renda e do faturamento”, afirma o produtor, que também atua como professor da ETL Queijos nos módulos de queijos semiduros e de queijos de mofo branco.
No espaço do governo, os visitantes podem degustar queijos dos tipos Alpino e Gouda Lavanda, produzidos e comercializados pelo Lavandário Het Dorp, no município de Carambeí.
PESQUISAS – Outras ações de destaque da Arena Paraná são duas pesquisas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), realizadas no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Cadeia Produtiva do Leite (INCT-Leite). Um dos estudos é da médica veterinária Juliane Ribeiro. Trata-se de um projeto de pós-doutorado na área de sanidade animal, campo científico que engloba práticas e medidas para prevenir, controlar e erradicar doenças que afetam a saúde dos animais.
Relacionada à reprodução animal, a outra pesquisa é da médica veterinária Pamela Soares, aluna de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UEL. Ambos os projetos abordam aspectos inovadores e sustentáveis da cadeia produtiva do leite, incluindo técnicas de manejo, controle de qualidade e estratégias para melhorar a eficiência produtiva.
O INCT-Leite atua com pesquisa e extensão para a formação de estudantes de graduação e de pós-graduação das áreas de medicina veterinária e zootecnia. A iniciativa envolve parceiros do setor público e da iniciativa privada, como produtores rurais, indústrias e rede varejista, com a finalidade de elevar a produção e a qualidade do leite, com foco na sustentabilidade e melhoria da produtividade e competitividade empresarial.
"A participação das universidades estaduais no Agroleite reflete a importância da ciência e tecnologia com foco na pesquisa acadêmica e confirma o compromisso do Paraná com o desenvolvimento sustentável e a valorização da produção local", diz Jamil Abdanur.
CERTIFICAÇÕES – Também presente no Agroleite 2024, o Tecpar apresenta o portfólio de serviços, como a certificação de produtos orgânicos e a certificação de Sistemas de Gestão de Qualidade. A instituição é referência nacional nessas duas certificações. Na Arena Paraná, os produtores também podem conferir o projeto do novo Laboratório de Pesquisa e Produção de Insumos para Diagnósticos Veterinários, que está em construção na sede do Tecpar, em Curitiba.
A nova unidade laboratorial irá fabricar insumos para o diagnóstico da brucelose, tuberculose e leucose bovina, doenças infecciosas que afetam o gado, com implicações significativas para a saúde animal e a produção pecuária. A capacidade produtiva prevista é de 40 milhões de doses anuais. O investimento do Governo do Estado no empreendimento é de R$ 41,5 milhões, por meio do Fundo Paraná, administrado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
CRÉDITO – No evento, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, por meio do Núcleo Regional de Ponta Grossa, divulga a linha de crédito do Banco do Agricultor Paranaense, que concede subvenção econômica para pecuaristas, totalmente sem juros. A pasta também promove uma cartilha de programas de apoio à agricultura familiar e orientação sobre doenças que afetam os rebanhos e impactam a produção pecuária.
No local estão técnicos da Agência de Desenvolvimento Agrário do Paraná (Adapar), do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa).
A Fomento Paraná, instituição financeira do governo estadual que atua com oferta de crédito, e a Invest Paraná, agência que atua na atração de investimentos produtivos ao Estado, também estão na Arena Paraná com atendimento aos produtores rurais.
PARQUE TECNOLÓGICO – Nesta quinta-feira, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou um memorando de entendimento com a cooperativa Castrolanda para a implantação do Parque Tecnológico Agroleite. Com apoio do Sistema Estadual de Ambientes Promotores de Inovação do Paraná (Separtec), o novo empreendimento irá integrar universidades, centros de pesquisa e startups para o desenvolvimento de soluções tecnológicas relacionadas à produção de derivados do leite.
Mín. 22° Máx. 30°