“Ko tembiapo onhe’?wa’ekwe Belém-py”. Assim inicia um boletim de notícias narrado todo no idioma guarani, uma iniciativa inédita que vem da parceria entre Itaipu e o G20. Pela primeira vez, o grupo formado pelas maiores economias do mundo produz material jornalístico nessa língua indígena. O acordo foi possível graças a um convênio de R$ 24 milhões da Binacional no “Projeto Opaná: Chão Indígena”, iniciativa da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), por meio do Programa CAPA, voltado para mais de 900 famílias da etnia Avá-Guarani na região Oeste e litoral do Paraná.
Serão 20 programas trazendo o noticiário relativo aos encontros do G20 no Brasil, país que ocupa a presidência do Grupo – a notícia acima, por exemplo, fala de um acordo do G20 sobre fundos verdes, em Belém (PA). Os boletins também atendem aos objetivos do Projeto Opaná, com a produção de podcasts que tratam de temas sobre segurança alimentar, segurança hídrica, combate ao preconceito e ao racismo.
“Para nós, da Itaipu, é uma honra imensa essa parceria com o G20. A atual gestão da Itaipu tem como papel recuperar a missão civilizatória dessa empresa. E para isso é necessário combater toda forma de preconceito”, afirmou o gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu, Paulo Porto. “Combatemos o preconceito dando visibilidade às comunidades mais vulneráveis e esse boletim na língua guarani aponta para essa perspectiva.”
Os boletins no idioma indígena são só uma parte do Projeto Opaná, que atua em outras frentes, como garantir o acesso a saneamento e água potável, ações para dar segurança alimentar às comunidades com base na agroecologia, além do fortalecimento cultural e a realização de oficinas educativas para minimizar o preconceito em relação aos povos indígenas. “Também está prevista uma oficina de podcasts ministrada nas comunidades”, complementa Paulo Porto.
O projeto está presente em quatro municípios do Oeste do Paraná (Santa Helena, Itaipulândia, Guaíra e Terra Roxa) e outros seis no litoral (Piraquara, Ponta do Paraná, Paranaguá, Morretes, Antonina e Guaraqueçaba). A duração prevista do convênio é de dois anos.
“A importância da atuação da Itaipu é esse olhar social sendo materializado em políticas públicas. O Opaná é uma grande política pública que atua com as comunidades indígenas”, informou o coordenador geral do Projeto Opaná, Jhony Alex Luchmann. Ele lembrou que a Itaipu e a FLD já têm 17 anos de parceria, sendo este o oitavo convênio firmado entre as duas entidades. “Isso mostra que temos capacidade técnica na execução desses grandes projetos”, conclui.
Confira:
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