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“BC tem que ter meta de crescimento também”, defende Lula, em entrevista na PB

Nesta sexta (30), presidente afirmou que chefe do BC “tem que pensar no comércio e na indústria”. Lula está na Paraíba para inaugurar obras em prol da segurança hídrica no estado

01/09/2024 às 08h02 Atualizada em 02/09/2024 às 08h04
Por: Redação Fonte: PT na Câmara
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Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula concedeu entrevista aos jornalistas Heron Cid e Wallison Bezerra, da rádio MaisPB, na manhã desta sexta-feira (30). Lula está na Paraíba para entregar o Lote 2 (trechos 1 e 2) do Canal Acauã-Araçagi, que vai garantir o abastecimento de água a 40 municípios da região. No programa Hora H, o presidente tratou da sucessão na chefia do Banco Central (BC) e afirmou que a autarquia não pode obstruir o crescimento da economia e a melhoria de vida da população.

“O papel do Banco Central não é só medir juro não, ele tem que ter meta de crescimento também. Senão, a gente não vai pra lugar nenhum. Se a gente não tiver combinado uma meta de crescimento, com a meta de inflação e com a meta de crescimento da população, do ponto de vista da melhoria de vida, esse país continua estagnado”, criticou, logo após dizer que é preciso haver “explicação” para se aumentar a taxa básica de juros (a Selic), algo que Lula considera inadequado, dados os números positivos da economia.

 

petista classificou a atuação de Roberto Campos Neto à frente do BC como “política”, lembrou do trabalho harmônico que realizou com Henrique Meirelles durante seus dois primeiros governos (2003-2010) e teceu elogios ao economista Gabriel Galípolo, o indicado para suceder Campos Neto.

“Ele [Campos Neto] se oferece em muitas reuniões políticas, coisa que não deveria acontecer […] Eu já tive oito anos na Presidência da República, já tive oito anos de presidente do Banco Central. É importante lembrar que o Fernando Henrique trocou quatro. E eu não troquei nenhum, o Meirelles entrou e ficou”, argumentou, ao lembrar que, à época, o ex-presidente do BC era filiado ao PSDB, partido que sempre fez oposição ao Partido dos Trabalhadores (PT).

“O problema é que, no imaginário do mercado, o presidente do Banco Central tem que ser um representante do sistema financeiro e eu não acho que tenha que ser. Tem que ser uma pessoa que goste desse país, que pense na soberania nacional e que tome as atitudes corretas […] Ele [Galípolo] tem o perfil de uma pessoa competentíssima e um brasileiro que gosta do Brasil”, ressaltou.

Lula defendeu ainda que o chefe do Executivo tenha a prerrogativa de indicar o presidente do BC, mas também de tirá-lo, caso seja necessário. “Eu não sei quem é que criou a ideia que o cara é intocável, é um ser superior a tudo”, ironizou. “O presidente do Banco Central, que fica mais em Miami que no Brasil, não quer ser criticado. Ele tem que pensar na indústria, ele tem que pensar no comércio.”

 

Soberania nacional

Questionado sobre o embate entre o bilionário Elon Musk, dono da rede social “X”, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Lula foi categórico ao pedir respeito às instituições brasileiras. Na avaliação do presidente, “todo e qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, que tem investimento no Brasil está subordinado à Constituição brasileira e às leis brasileiras”.

“Não é porque o cara tem muito dinheiro que ele pode desrespeitar. Esse cidadão é um cidadão americano, ele não é um cidadão do mundo. Ele não pode ficar ofendendo os presidentes, ofendendo os deputados, ofendendo o Senado, ofendendo a Câmara, ofendendo a Suprema Corte. Ele pensa que é o quê?”, rechaçou. “Se vale para mim, vale para ele”, concluiu.

América Latina

Sobre a prolongada crise política e econômica na Venezuela, Lula lembrou de uma carta que escreveu ao presidente Nicolás Maduro, logo após a morte de Hugo Chávez, com recomendações para apaziguar os conflitos sociais no país. “Eu, sinceramente, não sei o que o Maduro fez. Ele fez uma opção política. Eu tomei muito cuidado de reunir o México e a Colômbia para a gente tomar a decisão conjunta”, ponderou.

O presidente também respondeu sobre o contencioso diplomático com a Nicarágua, governada pelo presidente Daniel Ortega. Recentemente, o embaixador brasileiro foi expulso do país por não ter comparecido a um evento oficial. “Eu mandei a embaixadora dele embora também […] Esse comportamento, eu não aceito. Esse país é muito grande. O Brasil não tem contencioso com ninguém. O Brasil não quer contencioso com ninguém”, reiterou.

Educação na Paraíba

Em outra entrevista, dessa vez ao Jornal da Paraíba, Lula assegurou que o governo federal fará “o que for necessário” para concluir as obras voltadas à educação mas que foram esquecidas pelas políticas neoliberais dos governos de Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro (PL).

“As obras que não foram concluídas no tempo do Temer e de Bolsonaro, nós vamos fazer o que for necessário para concluir, se for necessário fazer novas licitações, nós faremos, mas isso não vai nos impedir de também garantir a expansão da rede de ensino técnico federal, que é muito importante para o desenvolvimento do interior do estado”, explicou o petista.

Da Redação

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