O setor industrial no Brasil consolidou em 2024 um avanço de 3,1%, resultado que se consolida como o terceiro mais elevado da indústria nos últimos 15 anos. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, pelo IBGE. O saldo foi positivo em todas as grandes categorias econômicas, assinalando crescimento em 20 dos 25 ramos, 60 dos 80 grupos e 63,1% dos 789 produtos pesquisados.
Entre as atividades, as principais influências positivas no resultado da indústria foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (12,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,2%), produtos alimentícios (1,5%) e produtos químicos (3,3%).
"De modo geral, o crescimento do setor industrial em 2024 pode ser entendido a partir de alguns fatores, como o maior número de pessoas incorporadas pelo mercado de trabalho, a queda na taxa de desocupação, aumento na massa de salários e o incremento no consumo das famílias, beneficiado pelos estímulos fiscais, maior renda e a evolução na concessão do crédito", explicou o gerente da PIM, André Macedo.
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os doze meses de 2024 mostrou maior dinamismo para bens de consumo duráveis (10,6%) e bens de capital (9,1%), impulsionadas, em grande medida, pela maior produção de eletrodomésticos (23,8%) e automóveis (5,3%), na primeira; e de bens de capital para equipamentos de transporte (18,2%), para fins industriais (8,2%) e de uso misto (19,4%), na segunda.
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O resultado da indústria em 2024 fica atrás apenas de 2010, quando o país registrou índice de 10,2% — que foi precedido por um recuo de 7,1% em 2009 — e de 2021, que registrou taxa anual de 3,9%, resultado inserido no contexto de recuperação da pandemia após o setor sofrer uma queda de 4,5% em 2020.
VARIAÇÃO MENSAL — Em dezembro de 2024, a produção industrial nacional variou em queda de 0,3% frente a novembro. Em relação a dezembro de 2023, a indústria avançou 1,6%, sétimo resultado positivo seguido nessa comparação. O setor industrial, com a variação negativa, marcou o terceiro mês consecutivo de queda na produção e eliminou o ganho de 1,0% acumulado nos meses de setembro e agosto de 2024.
As taxas negativas no índice deste mês alcançaram três das quatro grandes categorias econômicas e 15 dos 25 ramos industriais pesquisados. "As principais influências negativas foram assinaladas por máquinas e equipamentos, com queda de 3,0%, interrompendo dois meses consecutivos de resultados positivos, e produtos de borracha e de material plástico, registrando recuo de 2,5% e marcando a segunda queda seguida na produção", pontuou Macedo.
Por outro lado, o gerente da PIM destacou que, entre as oito atividades industriais que apontaram crescimento na produção, os principais impactos positivos no último mês de 2024 foram assinalados por indústrias extrativas — que marcaram o segundo mês seguido de crescimento — e pelo setor de bebidas, que em dezembro interrompeu quatro meses consecutivos de taxas negativas.
Na comparação com dezembro do ano anterior, as principais atividades com influências positivas no total da indústria foram os produtos químicos (10,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (12,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (27,1%) e máquinas e equipamentos (12,6%).
Outras contribuições positivas importantes foram assinaladas pelos ramos de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (22,0%), de metalurgia (7,4%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11,9%), de produtos têxteis (18,3%), de produtos de metal (5,1%), de impressão e reprodução de gravações (23,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,3%), de celulose, papel e produtos de papel (2,6%) e de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (6,3%).
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