A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ampliou seu protagonismo no impulso a projetos estratégicos para o país. Em 2024, a companhia atingiu a maior carteira de crédito da sua história, de R$ 22 bilhões, e o maior número de contratos de financiamento ativos, além de ter registrado recorde de faturamento (R$ 2 bilhões) e o seu mais expressivo lucro líquido já aferido: R$ 815 milhões.
A liberação de recursos para projetos reembolsáveis no ano passado, também recorde, ficou em R$ 10,7 bilhões. Já a contratação de novos financiamentos somou mais de R$ 15 bilhões. Em 2023, o resultado já tinha sido expressivo: respectivamente, R$ 5,4 bilhões e R$ 7,6 bilhões. O somatório de contratações da Financiadora de 2019 a 2022 foi de R$ 9,5 bilhões — 63% do que foi registrado apenas em 2024. Além disso, a Finep também vive um momento de baixa histórica de inadimplência nas suas operações de crédito.
Os resultados refletem a produtividade da instituição, que passou por reposição de quadros via concurso público e a otimização de seus processos internos. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico-Tecnológico (FNDCT) opera em sua totalidade há dois anos.
Ao todo, o FNDCT dispôs, em 2023, de cerca de R$ 10 bilhões e, em 2024, de mais de R$ 12,6 bilhões para apoio a empresas de base tecnológica, bem como Instituições Científico-Tecnológicas por meio de quatro instrumentos: financiamento, subvenção econômica, convênio de CT&I e aporte em fundos de investimento.
PROJEÇÃO — Para 2025, a expectativa é de que o valor de apoio total da Finep e do FNDCT atinjam o patamar de mais de R$ 20 bilhões, o que significa a manutenção da força de operação da instituição junto à economia brasileira.
NOVA INDÚSTRIA BRASIL — A Financiadora é uma das apoiadoras da neoindustrialização, no âmbito do programa Nova indústria Brasil (NIB). Somados os anos de 2023 e 2024, já foram aprovados cerca de R$ 24,5 bilhões em mais de dois mil projetos nos temas considerados estratégicos — cadeias agroindustriais, saúde, infra mobilidade, transformação digital, transição energética, defesa. Com as contrapartidas das instituições apoiadas, os valores já chegam a quase R$ 30 bilhões no impulso a iniciativas de CT&I. A Finep reservou cerca de R$ 51 bilhões para aplicação nos próximos anos.
De olho na descarbonização da economia e em consonância com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que ocorrerá em novembro, o tema Transição Energética foi o que mais recebeu aporte nos últimos dois anos: mais de R$ 6 bilhões.
O maior número de projetos contratados foi na área de Transformação Digital (718). No ano passado, o destaque nas aprovações foi das Cadeias Agroindustriais, com cerca de R$ 4,6 bilhões. Com as contrapartidas, sobe para em torno de R$ 5,7 bilhões.
DESCENTRALIZAÇÃO — Uma das principais apostas da Finep foi a descentralização, baseada na seleção de agentes de operação nas diferentes Unidades da Federação, de Fundações de Amparo à Pesquisa a Bancos de Fomento. Já há instituições cadastradas em 25 das 27 UFs para operar o crédito, o que representa cerca de mil projetos. Em 2024, foram contratados cerca de R$ 4,4 bilhões pelos agentes externos. Mais de 80% dos contratos de financiamentos são com micro, pequenas e médias empresas.
TAXAS MENORES — Em 2023, por decisão do Congresso Nacional de alterar a Lei nº 11.540/2007, houve a alteração da taxa de empréstimos captados pela Finep junto ao FNDCT de TJLP para TR, algo concretizado a partir de taxas cerca de 35% menores. Isso ampliou a atratividade da tomada de recursos na Finep.
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