São as servidoras da Prefeitura de Foz do Iguaçu que atendem as demandas da sociedade e, muitas vezes, recebem pedidos de ajuda. Por este motivo, para sensibilização e orientação, a Secretaria Municipal da Mulher promoveu, nesta quinta-feira (06), na semana em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, palestra voltada a esse público interno sobre a importância da prevenção na redução dos números de casos de violência e feminicídios.
O tema foi abordado pelo juiz de Direito Ariel Nicolai Cesa Dias, responsável pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e integrante da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
“O prefeito General Silva e Luna teve um olhar atento e sensível às questões da mulher, criando a secretaria. Nosso foco é trabalhar a prevenção, na segurança, na saúde, e o empoderamento feminino, ampliando oportunidades de emprego e renda”, afirmou a secretária municipal da Mulher, Noemi Giehl.
“Iniciamos a programação do Dia Internacional da Mulher com as servidoras, que muitas vezes fazem atendimentos e precisam dessa conscientização para auxiliar a prevenir os casos de violência contra as mulheres”, destacou a secretária.
O juiz de Direito Ariel Nicolai Cesa Dias falou sobre a criação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio. “O maior mérito da lei do feminicídio é nominar o fenômeno e separar dos demais homicídios. Desta forma, é possível identificar, estudar e entender o porquê ele acontece”, disse.
“Essa legislação é necessária não porque a mulher é mais frágil, mas pela construção social que favorece a desigualdade, no público, no privado, em todos os âmbitos”, comentou o juiz. E exemplificou: “um simples exemplo é andar à noite. O homem tem medo de levar celular, a mulher tem medo de ser estuprada”.
Por isso, a importância de refletir sobre a educação de meninos e de meninas, até mesmo sobre músicas que perpetuam essa construção social de gênero. Muitas vezes, as crianças presenciam a violência em casa e acabam repetindo o comportamento. Ainda de acordo com Ariel, são raros os feminicídios que acontecem sem um histórico de agressão.
Espiral da violência
“Começa com uma agressão verbal, que vira ameaça, vira empurrão, uma pequena agressão física e, quando se vê, a mulher não acorda no outro dia. O feminicídio é um crime evitável, se nós como sociedade, família e estado olharmos para o fenômeno, prestarmos atenção, temos que intervir para que não aconteça”, ressaltou.
Para isso, existe a lei Maria da Penha. Em Foz do Iguaçu, existe a Patrulha Maria da Penha, da Guarda Municipal, que acompanha as vítimas de violência doméstica e familiar.
Para denúncias ou solicitações de ajuda, o contato com a Patrulha Maria da Penha pode ser feito pelo número 153, da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu. A iniciativa reafirma o compromisso de proteger as mulheres da região e prevenir novas situações de violência
Mês da Mulher
O juiz de Direito também falará sobre o assunto, em evento voltado a toda população de Foz, no dia 14 de março, às 9h, no Centro de Convivência do Idoso, na Praça da Bíblia.
Além da palestra, a Secretaria da Mulher irá promover um dia inteiro de atividades preventivas, voltadas à conscientização e combate de violência contra a mulher, como orientações, ações voltadas ao bem-estar e proteção, e exposição de projetos da Trilha das Mulheres Empreendedoras e dos Clubes de Mães.