A rede municipal de ensino de Foz do Iguaçu oferece, diariamente, 50 mil refeições para 29 mil crianças em 112 unidades escolares, incluindo escolas municipais, Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil), Centro Escola Bairro (CEB) e entidades conveniadas.

O programa conta com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que distribui verbas de acordo com o número de alunos matriculados, dias letivos e modalidade de ensino. Além dos repasses federais, o Município destina uma contrapartida anual de R$ 12 a 13 milhões, totalizando um investimento de até R$ 18 milhões por ano para garantir uma alimentação de qualidade aos estudantes.

Uma parte essencial desse programa vem da parceria com a agricultura familiar. A legislação prevê que 30% dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) sejam investidos na compra de alimentos de pequenos produtores locais — uma meta que Foz do Iguaçu não só atinge, mas ultrapassa.

A cidade adquire 15 toneladas de alimentos por semana, sendo 10 toneladas diretamente da agricultura familiar. A variedade é extensa: abacaxi, alface, banana, mandioca, melancia, morango, milho verde, pitaia, poncã, tomate, filé de tilápia, pães, cuca, leite e sal temperado.

Boa parte desses alimentos é fornecida pela Cooperativa da Agricultura Familiar de Foz do Iguaçu (COAFFOZ), presidida por Neldo Luis Bruxel, que, emocionado, falou sobre o impacto da iniciativa na vida dos produtores locais.

“Nós trabalhávamos de forma isolada, cada produtor por conta própria. A cooperativa veio para transformar isso. Agora, entregamos nossos produtos para a cooperativa, que distribui direto para as escolas. Isso nos dá mais tempo para focar no que fazemos de melhor: produzir. A gente não entrega só um produto, entrega comida de verdade. Saber que nossa produção ajuda na formação das crianças é uma satisfação que não tem preço.”

O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Agricultura, Edinardo Aguiar, ressaltou o impacto econômico da iniciativa. “Esse investimento fortalece diretamente o pequeno produtor, garantindo renda no campo e incentivando uma produção diversificada e sustentável. Além disso, os alunos recebem alimentos frescos e de qualidade, o que melhora a saúde e o aprendizado.”

A secretária da Educação, Silvana Garcia, destacou a preocupação da gestão municipal com a saúde e o desenvolvimento dos estudantes. “Mais do que alimentar, nosso objetivo é nutrir. Garantimos refeições balanceadas e adaptadas para cada faixa etária, com alimentos frescos e saudáveis. A boa alimentação reflete no rendimento escolar e na formação de hábitos saudáveis, que acompanharão essas crianças pelo resto da vida”, finaliza.

Cardápios saudáveis e acima das metas nutricionais

Os cardápios da rede municipal priorizam alimentos in natura ou minimamente processados, respeitando a cultura alimentar local e cumprindo as recomendações nutricionais do PNAE.

Nas creches (Cmeis), os cardápios são organizados por idade:

 • Bebês (6 a 12 meses)

 • Infantil 1 e 2 (1 a 2 anos)

 • Infantil 3, 4 e 5 (3 a 5 anos)

Os alunos em período integral recebem quatro refeições diárias, superando a recomendação mínima de três refeições. Além disso, os cardápios garantem 100% das necessidades diárias de ferro e oferecem mais frutas, legumes e verduras do que o exigido:

 • Alunos em período parcial: 450g/semana (recomendação do PNAE: 280g)

 • Alunos em período integral: 900g/semana (recomendação do PNAE: 520g)

Ensino fundamental, EJA e Centro Escola Bairro com reforço nutricional
Os alunos do Ensino Fundamental, Ensino Fundamental Integral, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Centro Escola Bairro (CEB) também contam com cardápios ajustados à faixa etária e ao tempo de permanência na escola.

 • Alunos em período parcial: 580g/semana de frutas, legumes e verduras (mais do dobro da recomendação de 280g do PNAE)

  • Alunos em período integral: 1800g/semana (superando a meta de 520g/semana do programa)