A Itaipu Binacional fez, nesta segunda-feira (31), no CTG Rincão Verde, em Maringá (PR), a entrega de equipamentos de coleta seletiva de recicláveis a 50 municípios que fazem parte do Consórcio Intermunicipal de Saneamento do Paraná (Cispar). A parceria, que também conta com a participação do Itaipu Parquetec, além de gerar benefícios ambientais com o recolhimento de resíduos nas cidades, promove renda e dignidade para mais de 500 famílias de catadores.

A solenidade contou com a participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que enfatizou a relação da coleta seletiva e do saneamento com a saúde. “Um trabalho como esse significa cuidar bem dos resíduos sólidos, que estão entre as principais causas, por exemplo, da dengue”, afirmou. “Cada vez mais, diante dos impactos das mudanças climáticas, temos que cuidar dos resíduos sólidos de forma organizada, organizar as comunidades, gerar renda, fortalecer as famílias, isso tem um peso muito grande.”

Esse aspecto social é um dos principais benefícios da iniciativa. Mais do que levar equipamentos como esteiras, empilhadeiras, prensas hidráulicas e caminhões-baú, o projeto valoriza os catadores, que ganham o status de agentes ambientais. Eles deixam o trabalho extenuante de puxar uma carrocinha expostos ao clima. Passam a trabalhar uniformizados. Usam caminhões para o transporte dos recicláveis. Muitos abrem conta bancária pela primeira vez.

Para a Itaipu, é um investimento que se reflete na área-fim da empresa. No Paraná, como os rios correm para o interior, todo plástico incorretamente descartado no meio ambiente, vai de alguma forma parar no Rio Paraná e no reservatório da Usina. E cuidar da água é assegurar o suprimento de energia elétrica de qualidade e em grande quantidade para o Brasil e o Paraguai.

“A missão prioritária da Itaipu é produzir energia de qualidade e barata. Só que temos também a missão socioambiental, determinada pelo presidente Lula ainda em seu primeiro mandato, em 2005. Desde então, a Itaipu tem um histórico muito grande nesse trabalho com unidades de valorização de resíduos sólidos, as UVRs, que permitem organizar os catadores e catadoras de forma comunitária, cooperativa, e dar condições materiais para isso”, disse o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri.

Além do social e ambiental, o impacto econômico é significativo. Em cidades pequenas, uma UVR emprega cerca de 10 ou 12 catadores, em média. Para um município de 5 mil habitantes, isso equivale a uma indústria de porte razoável. “Os municípios pequenos, que menos têm condições, são os principais beneficiários dessa iniciativa”, garantiu o prefeito de Lobato e presidente do Cispar, Fábio Chicaroli.

Ele explicou que os caminhões foram adquiridos por licitação pelo Cispar, com recursos da Itaipu. Os veículos serão cedidos por três anos aos municípios, período após o qual serão definitivamente doados. A Cispar congrega 96 municípios paranaenses que fazem sua própria gestão de água e esgoto, independente da concessionária estadual, a Sanepar. Nessa iniciativa, a Itaipu está investindo R$ 118,6 milhões; o Parquetec, R$ 830 mil; e a contrapartida do Cispar é de R$ 3,6 milhões, totalizando R$ 123 milhões.

O investimento viabilizou a compra de 50 caminhões-baú; 40 kits de esteiras de triagem; 40 empilhadeiras; 47 prensas verticais e 15 horizontais; 50 balanças; cinco elevadores de fardos; 50 laptops para os técnicos das UVRs; além de 720 mil sacos de ráfia e 5 mil kits de uniformes.

“É importante destacar que a Itaipu não só entrega equipamentos, não deixa as cooperativas de catadores à própria sorte. Dá o acompanhamento técnico necessário, orienta sobre a gestão e o preenchimento do Reciclômetro (ferramenta desenvolvida pelo Parquetec com todos os dados da reciclagem, como as toneladas de cada material que foram recicladas e o balanço financeiro) para que o projeto seja bem-sucedido”, acrescentou o diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni.

Falando em nome dos beneficiários do projeto, Ruth Isabel da Silva, presidente da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Mangaguari, agradeceu o apoio da Itaipu e dos demais parceiros ao segmento. “É um projeto que vê o catador como ser humano”, resumiu.

Também participaram da solenidade o diretor-superintendente do Itaipu Parquetec, Irineu Colombo; os deputados federais Zeca Dirceu, Lenir de Assis e Ricardo Barros; o prefeito de Maringá, Sílvio Barros; o presidente da Câmara de Vereadores de Maringá, Mário Verri; os deputados estaduais Arilson Chiorato e professor Lemos; e o superintendente estadual do Ministério da Saúde no Paraná, Luiz Armando Erthal.

Sobre a Itaipu Binacional

Com 20 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável. Desde o início de suas operações, em 1984, já produziu mais de 3 bilhões de megawatts-hora.

A Itaipu tem como missão empresarial gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo para o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai. Mais do que uma usina, Itaipu é um agente de transformação, com ações que integram sustentabilidade, inovação e compromisso com as pessoas.