Cerca de 300 lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná se reuniram na plenária regional de organização do processo de eleição direta (PED 2025), que aconteceu na cidade de Maringá na noite desta sexta-feira(11). O auditório da Uningá ficou lotado. A principal mensagem, extraída dos debates, das reflexões sobre os resultados eleitorais do ano passado e da análise das perspectivas para os desafios colocados à legenda em 2026, foi a de que o PT do Paraná precisa urgentemente efetuar mudanças e renovar sua direção, a fim de se preparar a tempo de construir um cenário eleitoral mais promissor no estado.

“Diferentemente de todas as outras eleições, a decisão que a população vai tomar no ano que vem, vai além da simples troca de governo de A e B ou de apenas determinar se vai haver mais investimentos em uma ou outra área. O que está em jogo, neste momento, é garantir a democracia brasileira”, disse o deputado federal Zeca Dirceu, candidato a presidir o diretório estadual do partido. “É muito grave: tentaram dar um golpe de estado para que a ditadura fosse instaurada novamente no nosso país; Planejaram assassinatos de autoridades. Portanto, sem sombra de dúvidas, podemos afirmar que a eleição do ano que vem será a mais importante da história da democracia brasileira”, acrescentou. 

Para Zeca Dirceu, o futuro da direção do PT carrega esse compromisso histórico: “O Lula, o Brasil e a democracia no nosso país nunca precisaram tanto do PT quanto precisam agora!”, disse. “Tenho essa preocupação muito grande e aceitei o desafio de presidir o partido no Paraná por causa desse compromisso e também pela responsabilidade de entender as consequências de se repetir, aqui no estado, o péssimo resultado que tivemos nas eleições municipais do ano passado”, argumentou.

Construindo 2026

Presidente do diretório municipal do PT em Maringá e vereador do partido por seis mandatos, Mário Verri falou à plenária regional sobre a importância dos debates do processo de eleição direta do PT para a definição dos rumos e para a construção partidária. “É quando discutimos com mais força ‘qual a essência do nosso partido, o que nós pensamos e queremos para o nosso futuro?’”, ponderou. “O PT é o maior partido do país, um dos maiores do mundo e está, novamente, governando o Brasil. Mas, no Paraná principalmente, somos muito marginalizados”, disse o vereador de Maringá. “Ainda assim, saímos desse debate unidos, pois nossa contribuição para a eleição do Presidente Lula será muito importante. Quem ganhar a disputa interna do PT vai ter de representar a união partidária para a eleição do Lula e fazer ele ser presidente de novo, reeleito em 1º turno”, concluiu.

Valter Pereira, do Norte Pioneiro, que foi candidato do partido à Prefeitura de Santo Antônio da Platina no ano passado, manifestou seu apoio à candidatura do deputado federal Zeca Dirceu à presidência do PT Paraná. “O Zeca propõe renovação e mudança, com um PT mais próximo das suas bases”, disse. “Estamos vivendo um momento rico no partido e o PED é esse espaço de debate. Depois que a base escolher sua melhor representação, a gente segue unidos. Sempre foi assim!”, completou. “O PT precisa voltar a ter coordenações regionais. No mínimo, dez. Sem elas, as distâncias para o trabalho dos dirigentes estaduais ficam maiores”, argumentou Pereira.

O Professor Anderson, de Munhoz de Melo, chamou a atenção para o isolamento da atuação dos militantes nos pequenos municípios. “Precisamos ser mais atuantes nesses pequenos municípios principalmente, onde os petistas, se não tiverem forte apoio da direção estadual, uma presença maior dela, fazem sozinhos um enfrentamento na defesa do nosso projeto de estado e de país, esquecidos até”, falou. “Precisamos de renovação e de mudança e precisamos, com mais transparência, enxergar os resultados”, apontou o professor.

Joaquim Câmara, de Cascavel, também compareceu à plenária regional de Maringá para defender a importância desse debate, em meio à disputa interna pelo comando do PT, a fim de garantir um aprofundamento das soluções para os desafios da política nacional. “Temos 45 anos de história e, em 25 desses, de democracia interna e eleições diretas no PT. Já passamos por tantas coisas. Esse momento do PED é fundamental para que o partido discuta seus principais desafios e para que faça esse debate com muita coragem, a fim de encarar os problemas que tivermos”, finalizou.