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Além do Horizonte: novo estudo desafia a teoria tradicional dos buracos negros

A visão tradicional, chamada de “buraco negro padrão”, inclui uma singularidade, horizonte de eventos e um anel de luz instável

Por: Redação Fonte: Olhar digital
08/05/2025 às 07h39
Além do Horizonte: novo estudo desafia a teoria tradicional dos buracos negros
Representação artística de um buraco negro. Crédito: NASA / JPL-Caltech / R. Hurt (IPAC)

Pesquisa aceita no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics propõe modelos alternativos, questionando a existência de singularidades e abrindo novas possibilidades para a compreensão do cosmos.

Um estudo inovador, prestes a ser publicado no renomado Journal of Cosmology and Astroparticle Physics, lança luz sobre intrigantes alternativas à teoria clássica dos buracos negros – regiões do espaço-tempo com uma força gravitacional tão avassaladora que aprisionam até mesmo a luz. A visão tradicional, baseada na relatividade geral, descreve esses objetos cósmicos com um horizonte de eventos, uma fronteira intransponível que isola o buraco negro do restante do Universo, e uma singularidade em seu centro – um ponto de densidade infinita onde as leis da física conhecidas colapsam.

Essa singularidade central sempre representou um desafio fundamental para a física teórica, marcando um limite onde a relatividade geral e a mecânica quântica falham em oferecer uma descrição coerente. Diante dessa lacuna, cientistas de todo o mundo têm dedicado décadas à formulação de modelos alternativos. O novo artigo em questão apresenta duas dessas perspectivas promissoras.

O modelo convencional do buraco negro, agora denominado “buraco negro padrão”, postula a existência de uma singularidade central, um horizonte de eventos bem definido e um anel de luz instável ao seu redor. Imagens impressionantes capturadas pelo Event Horizon Telescope (EHT) da galáxia M87 e do centro da Via Láctea parecem corroborar essa descrição. No entanto, os modelos emergentes propõem cenários distintos e igualmente fascinantes.

Uma dessas alternativas é o conceito de buracos negros “regulares”. Nesse modelo, a singularidade central é substituída por um núcleo ou uma espécie de “garganta” que se conecta a um buraco de minhoca – um hipotético túnel no tecido do espaço-tempo. Essa ponte cósmica teoricamente poderia aprisionar matéria por um período finito ou até mesmo indefinidamente, alterando radicalmente nossa compreensão do destino da matéria que cai em um buraco negro.

Outra intrigante possibilidade explorada no estudo é a dos “imitadores de buracos negros”. Esses objetos exóticos não possuiriam um horizonte de eventos, mas ainda exibiriam um anel de luz característico. Sua existência abriria portas para cenários ainda mais especulativos, como a possibilidade de serem portais para buracos de minhoca ou até mesmo formas extremas de estrelas ultracompactas.

O grande desafio agora reside em encontrar evidências observacionais que permitam distinguir esses modelos alternativos dos buracos negros “padrão”. Embora o anel de luz já detectado pelo EHT forneça informações valiosas, ele pode não ser suficiente para sondar a estrutura interna desses novos objetos teóricos.

Em um comunicado, Stefano Liberati, um dos coautores do estudo, enfatiza que observações além do horizonte de eventos podem ser cruciais para desvendar a verdadeira natureza desses objetos cósmicos. Ele sugere que detectores de ondas gravitacionais de última geração, como o LIGO e outros projetos futuros, têm o potencial de fornecer dados inéditos que poderão lançar luz sobre essas questões fundamentais.

Apesar das incertezas que ainda persistem, este estudo sinaliza o início de uma empolgante nova era na pesquisa sobre a gravidade e os buracos negros. Com o desenvolvimento de instrumentos de observação mais sofisticados e a coleta de um volume crescente de dados cósmicos, a comunidade científica estará cada vez mais equipada para desvendar os mistérios desses enigmáticos habitantes do Universo.

Concepção Artística de um buraco negro. No centro da imagem, o horizonte de eventos, a partir do qual nem mesmo a luz é capaz de escapar da enorme gravidade. Créditos: Goddard Space Flight Center da NASA / Jeremy Schnittman

 

Imagem real do buraco negro supermassivo central da Via Láctea, batizado de Sagitário A*. Crédito: Colaboração do Event Horizon Telescope

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