A morte da jovem brasileira Geicimara de Almeida Gomes, de apenas 21 anos, em Medellín, na Colômbia, ocorrida em 10 de março, ganhou contornos ainda mais sombrios e revoltantes. Inicialmente tratada com a frieza de um possível suicídio após uma queda do 16º andar de um luxuoso condomínio, a tragédia agora é oficialmente reconhecida como um feminicídio, expondo mais uma vez a brutal realidade da violência de gênero que ceifa vidas e silencia sonhos.
A confirmação, divulgada após dois meses de investigações minuciosas, novos laudos periciais e depoimentos cruciais de testemunhas, desvela a face cruel por trás da queda de Geicimara. A madrugada fatídica no Parque Central del Río, onde a jovem residia temporariamente com o namorado, foi marcada por uma discussão acalorada que ecoou pelas varandas vizinhas, prenunciando a tragédia que se abateria sobre a brasileira.
O estrondo que acordou os moradores naquela noite não foi um acidente. Foi o som da vida de Geicimara se esvaindo após uma queda de aproximadamente 40 metros, um ato de violência extrema que a silenciou para sempre. A conduta suspeita do namorado, que deixou o local apressadamente em um carro de aplicativo logo após o ocorrido, levando consigo os celulares de ambos, desde o início lançou sombras sobre a versão inicial de suicídio.
Dentro do apartamento, a polícia colombiana encontrou os documentos de Geicimara e de dois outros homens brasileiros, um deles identificado como o namorado. Os relatos dos vizinhos, quebrando o silêncio da madrugada com a descrição da discussão e da fuga repentina, plantaram a semente da dúvida que floresceu em uma investigação aprofundada.
As câmeras de segurança do condomínio de luxo, testemunhas silenciosas da tragédia, e os depoimentos dos moradores, agora peças-chave no quebra-cabeça da investigação, finalmente confirmaram a terrível verdade: a morte de Geicimara não foi um ato desesperado, mas sim um homicídio, um feminicídio que clama por justiça.
O Sistema de Informação Criminal (Sisc) colombiano, em seu relatório mais recente, corrobora a tese do assassinato, uma informação veiculada pelo jornal El Tiempo. A promotoria colombiana, munida de provas contundentes, prepara agora o pedido de prisão contra o principal suspeito, o homem que compartilhava o lar com Geicimara em sua breve estadia em Medellín.
A história de Geicimara, uma jovem brasileira em busca de novas experiências em terras colombianas, é brutalmente interrompida pela violência machista. Seu caso ecoa como um grito silencioso, unindo-se a tantas outras histórias de mulheres vítimas de feminicídio em todo o mundo. A confirmação de sua morte como assassinato não traz Geicimara de volta, mas reacende a urgência de um debate profundo e de ações concretas para erradicar a violência de gênero, protegendo vidas e garantindo que nenhuma outra mulher tenha seu futuro ceifado pela brutalidade e pelo ódio. A justiça por Geicimara é um passo fundamental na luta por um mundo onde a vida das mulheres seja verdadeiramente valorizada e protegida.