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Cultivo de erva-mate do Paraná vira Patrimônio Agrícola Mundial das Nações Unidas

Reconhecimento pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) é apenas o segundo título concedido pelo órgão ao Brasil. Em todo o mundo, 95 sistemas de 28 países são considerados Patrimônio Agrícola Mundial.

Por: Redação Fonte: AEN
23/05/2025 às 07h41
Cultivo de erva-mate do Paraná vira Patrimônio Agrícola Mundial das Nações Unidas
Cultivo de erva-mate do Paraná vira Patrimônio Agrícola Mundial da Nações Unidas Foto: Gilson Abreu/Arquivo AEN

O cultivo da erva-mate sombreada nas florestas de araucárias do Paraná foi eleito, nesta quarta-feira (21), pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como Patrimônio de Sistemas Agrícolas de Importância Global (Giahs). O título reconhece sistemas produtivos sustentáveis que valorizam o conhecimento tradicional e a agrobiodiversidade. A FAO é a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que lidera esforços internacionais para erradicar a fome, melhorar a nutrição e garantir a segurança alimentar em todo o mundo.

O reconhecimento da erva-mate paranaense pela FAO é apenas o segundo título concedido pelo órgão ao Brasil, ao lado dos apanhadores de flores sempre-vivas da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. Em todo o mundo, 95 sistemas de 28 países são considerados Patrimônio Agrícola Mundial.

O Paraná é o maior produtor brasileiro de erva-mate. A produção no Estado envolve cerca de 30 mil famílias paranaenses e movimenta cerca de R$ 1,3 bilhão, de acordo com os dados de Valor Bruto da Produção (VBP) de 2023. As estimativas apontam que cerca de 70% de toda a área de cultivo de erva-mate do Paraná é feita pela técnica sombreada.

O cultivo sombreado, diferentemente do cultivo a pleno sol, é feito debaixo de florestas nativas, principalmente de araucárias. Com uma incidência de luz diferenciada, a planta contém mais taurina e teobromina, que são componentes mais valorizados pelas indústrias de chás, de energéticos e de cosméticos, por exemplo.

 

Para o engenheiro florestal Avner Paes Gomes, da área de Recursos Naturais e Sustentabilidade do IDR-Paraná, o título deve valorizar o produto paranaense, inclusive para o mercado internacional, que reconhece as práticas sustentáveis nos sistemas produtivos. “Além de ter estes componentes, importantes para a indústria, o sistema de cultivo da erva-mate sombreada funciona em uma espécie de consórcio florestal, que produz a erva junto de outras espécies preservadas”, afirmou.

Junto com a erva-mate paranaense, também foram eleitos nessa semana o sistema agrícola ancestral Metempantle de Tlaxcala, do México; o cultivo de uvas, batatas-doces e leguminosas em Jable e nas areias vulcânicas da Ilha de Lanzarote, na Espanha; e outros três sistemas chineses (pesca composta de mexilhões de água doce em Zhejiang, chá branco de Fujian e pomares de peras antigas de Gansu).

Segundo a FAO, os sistemas escolhidos são exemplos de harmonia entre as pessoas e a natureza que prosperam ao longo de gerações.

 

HISTÓRICO – Ao premiar o produto paranaense, a FAO reconheceu a história do modelo, que foi desenvolvido há séculos pelos povos indígenas e pelas comunidades tradicionais do Paraná que servem como exemplo de manejo florestal sustentável e de continuidade cultural.

O sistema funciona ainda como um pilar fundamental de renda para milhares de famílias da região Centro-Sul do Estado, onde há uma dificuldade de exploração da agricultura tradicional por conta da topografia da região.

Entendendo esta vocação regional, o IDR-Paraná atua junto aos produtores com trabalhos de extensão rural, capacitando as famílias que trabalham com o cultivo. As orientações passam pela seleção das mudas até a colheita e o controle de pragas.

Visando a conquista de novos mercados, o Estado também promove oficinas aos produtores pelo programa Vocações Regionais Sustentáveis (VRS) da Invest Paraná, agência de captação de negócios do Governo do Estado. As atividades têm o objetivo de profissionalizar a cadeia de produtos típicos paranaenses.

Além disso, a erva-mate de São Mateus do Sul, na Região Sul, tem desde 2017 o selo de Indicação Geográfica (IG). O reconhecimento da IG pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) foi para a Associação dos Amigos da Erva-Mate de São Mateus (IG-Mathe), após anos de trabalho e pesquisa para reunir a documentação que comprova o diferencial e a tradição da planta. A erva-mate São Matheus é um dos 18 produtos tradicionais paranaenses com Indicação Geográfica - o Paraná é o segundo estado com mais IGs, atrás apenas de Minas Gerais, com 21.

 

SUSTENTABILIDADE – O Paraná conduz uma série de iniciativas que visam a produção sustentável. Resultado disso, o Estado foi eleito como o mais sustentável do Brasil pelo Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP).

O reconhecimento foi impulsionado pela qualidade e eficiência nos serviços como a reciclagem, coleta seletiva e destinação final do lixo, referência para o País, além de melhoras significativas em indicadores como a recuperação de áreas degradadas e nos cuidados com o desperdício de água.

Entre os principais índices alcançados nos últimos anos estão a redução de 64% do desmatamento ilegal de Mata Atlântica entre 2023 e 2024, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, e o aumento de 13% das matas ciliares nos últimos anos com programas de plantio de mudas e proteção de nascentes.

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