O Salmo 122, um dos Cânticos de Romagem (ou Cânticos de Degraus), é uma expressão vibrante de alegria e devoção. Escrito por Davi, este salmo capta a emoção e o júbilo dos peregrinos que subiam a Jerusalém para as grandes festas religiosas. Mais do que uma simples canção de viagem, ele é um convite atemporal à celebração da presença de Deus e à busca pela paz de Sua cidade.
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A abertura do salmo já nos transporta para esse cenário de expectativa: "Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!" (Salmo 122:1). Essa frase não é apenas um registro de um convite, mas a efusão de um coração que anseia pela comunhão. Para os israelitas, ir a Jerusalém significava muito mais do que uma viagem física; era uma experiência espiritual profunda, um reencontro com a presença de Deus no Templo. A cidade era o centro da vida religiosa, política e social, e estar ali era um privilégio imenso.
O salmo prossegue descrevendo Jerusalém como uma cidade bem edificada, que reúne as tribos de Israel para a adoração: "Jerusalém está edificada como uma cidade compacta, bem ajustada, onde as tribos sobem, as tribos do Senhor, como um testemunho para Israel, para renderem graças ao nome do Senhor" (Salmo 122:3-4). Essa imagem da cidade unida reflete o desejo de Davi pela coesão de seu povo. Jerusalém não era apenas um local físico, mas um símbolo da unidade e da identidade de Israel, onde a justiça era administrada e a adoração a Deus era central.
A parte final do salmo é uma fervorosa oração pela paz de Jerusalém: "Orai pela paz de Jerusalém! Prosperem aqueles que te amam!" (Salmo 122:6). Davi compreende que a prosperidade do povo está intrinsecamente ligada à paz da cidade santa. A paz (shalom) na Bíblia vai além da ausência de conflito; ela engloba bem-estar completo, prosperidade, saúde e harmonia. Orar pela paz de Jerusalém é orar pelo bem de todos, pela estabilidade e pela bênção que dela emanam.
Mesmo séculos depois, o Salmo 122 ressoa com grande significado para nós. Ele nos lembra da alegria de nos reunirmos para adorar a Deus, seja em templos físicos ou em comunidades de fé. Ele nos convida a buscar a "Jerusalém celestial", um lugar de paz e justiça que anelamos. Mais do que isso, o salmo nos exorta a sermos agentes de paz e a orarmos por aqueles que buscam a justiça e o bem comum em nossas próprias cidades e nações. Que possamos, como os peregrinos de outrora, encontrar alegria em ir à casa do Senhor e, com nossos corações, orar pela paz que excede todo entendimento.