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Cadeia Pública de Toledo vira unidade de referência de mulheres trans no sistema penal

A Cadeia Pública de Toledo, administrada pela Polícia Penal do Paraná (PPPR), também abriga outras 57 pessoas LGBTQIAPN+ e desenvolve ações voltadas à dignidade, inclusão social e reintegração por meio do trabalho, da educação e do respeito à identidade de gênero.

Por: Redação Fonte: AEN
02/07/2025 às 07h48
Cadeia Pública de Toledo vira unidade de referência de mulheres trans no sistema penal
Cadeia Pública de Toledo vira unidade de referência de mulheres trans no sistema penal Foto: Polícia Penal do Paraná

Marli (nome fictício – identidade preservada) é uma mulher transexual, negra e soropositiva há 20 anos. Privada de liberdade, ela diz que sua situação melhorou quando foi transferida para a unidade específica das pessoas LGBTQIAPN+, na região Oeste do Estado. Além de Marli, a Cadeia Pública de Toledo, administrada pela Polícia Penal do Paraná (PPPR), também abriga outras 57 pessoas LGBTQIAPN+ e desenvolve ações voltadas à dignidade, inclusão social e reintegração por meio do trabalho, da educação e do respeito à identidade de gênero. 

“Aqui na Cadeia Pública de Toledo, que é voltada para pessoas trans, somos tratadas com respeito e temos acesso a atendimento psicológico, assistência social, trabalho, cursos e projetos de reinserção social. É uma experiência nova para mim, pois em outras prisões não havia oportunidades para transexuais se reinserirem na sociedade. Hoje, temos a chance de trabalhar e melhorar como pessoas”, diz Marli. 

A Cadeia Pública de Toledo surge em um momento em que o sistema prisional do Paraná busca modernizar o sistema de cumprimento de pena. "A transferência da unidade, antes localizada próxima à Capital, para o interior do Estado, teve como objetivo ampliar e qualificar o tratamento penal. Em Toledo, passou a ser possível oferecer condições mais adequadas, como oportunidades de trabalho e estudo”, explica o coordenador regional da PPPR em Cascavel, Thiago Correia.

 

Desde 2019, a Polícia Penal do Paraná vem fortalecendo o compromisso com os direitos humanos e a inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ privadas de liberdade. A coordenadora da Política da Diversidade e Grupos Específicos da instituição, Sandra Marcia Duarte, explica que uma das principais iniciativas nesse sentido foi a criação do Centro de Referência para Acolhimento de Mulheres Trans, que reúne diversas ações voltadas à dignidade e à reintegração social. 

“A Polícia Penal do Paraná desenvolve políticas afirmativas voltadas à população LGBTQIAPN+, com foco especial em mulheres trans privadas de liberdade, grupo historicamente mais exposto à violência. Em 2019, foi criado o Centro de Referência para Acolhimento dessas mulheres, inicialmente em Rio Branco do Sul [Região Metropolitana de Curitiba] e, depois, transferido para Toledo. A unidade oferece mais de 30 projetos de formação social e cidadania, monitorados por um grupo interinstitucional, com o objetivo de promover autonomia e reintegração social”, enfatiza.

A unidade também tem se empenhado em cumprir integralmente a Resolução nº 348/2020 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece diretrizes para o tratamento adequado da população LGBTQIAPN+ no sistema prisional.

“A Cadeia Pública de Toledo tem buscado, com seriedade e responsabilidade, seguir integralmente as diretrizes da Resolução do CNJ, assegurando o respeito à identidade de gênero, à dignidade e à integridade física e psíquica das mulheres trans custodiadas. Reconhecemos que o cumprimento dessas normas é essencial para garantir um tratamento penal humanizado, inclusivo e alinhado aos direitos fundamentais”, destaca Angela Patrícia Hartmann, gestora da Cadeia Pública de Toledo. 

 

INDIVIDUALIZAÇÃO – Em todas as nove regionais administrativas do Estado, a PPPR adota a individualização da pena, separando as pessoas privadas de liberdade por perfil, tipo de crime, fase do processo penal ou vínculo com organizações criminosas. Essa segmentação favorece o controle institucional, reduz tensões nas unidades e contribui para a segurança de custodiados e servidores.

Além disso, a separação permite direcionar os internos para canteiros de trabalho, atividades de formação cidadã, cursos profissionalizantes e ensino formal, nos níveis fundamental, médio e superior — seguindo os princípios estabelecidos pela Lei de Execução Penal. 

Das 54 mulheres trans custodiadas em Toledo, sete atuam em funções internas como biblioteca, costura, cozinha e salão de beleza. Outras 18 trabalham em empresas privadas que operam dentro da unidade penal. Em atividades externas, cinco exercem funções em uma empresa da cidade e duas prestam serviços à Prefeitura de Toledo. 

Na área educacional, a unidade também apresenta avanços. Atualmente, 25 mulheres participam de projetos de remição de pena por meio da leitura, 14 integram o projeto de artesanato Mãos Que Criam, e outras 30 fazem parte do grupo espírita Projeto Gesto de Amor, voltado ao fortalecimento emocional e espiritual das custodiadas.

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