A Justiça Federal do Amazonas proferiu uma sentença histórica, condenando um homem a 456 anos, 2 meses e 15 dias de prisão por crimes sexuais brutais e contínuos contra a própria filha, de apenas 10 anos. Os abusos ocorreram entre julho e setembro de 2024. A pena, considerada uma das mais altas já aplicadas no país para crimes do tipo, reflete a gravidade e a crueldade dos atos.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o criminoso foi condenado por diversos crimes, incluindo estupro de vulnerável, exploração sexual e produção e divulgação de material de abuso sexual infantil. O que tornou o caso ainda mais chocante e contribuiu para a pena elevada foi o fato de os abusos serem transmitidos ao vivo em uma plataforma digital, permitindo que outros usuários interagissem durante os atos. O caso segue em segredo de Justiça para proteger a identidade da vítima.
Em sua decisão, a Justiça do Amazonas destacou a "brutalidade dos atos e a necessidade de uma pena exemplar, que reflete a gravidade e o impacto profundo dos crimes".
O caso no Amazonas não é um fato isolado, mas sim um reflexo da alarmante realidade da violência infantil no Brasil. O Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela dados preocupantes: a cada hora, 13 crianças e adolescentes foram vítimas de algum tipo de violência em 2023, incluindo abuso físico, psicológico e sexual, além de negligência.
O estudo aponta que as crianças de até 12 anos são as maiores vítimas de violência psicológica (54,8%) e sexual (65,2%). Já os adolescentes são os que mais sofrem com a violência física (58,2%).
A denúncia é um passo crucial para combater esses crimes. Em caso de suspeita ou conhecimento de abuso infantil, a denúncia pode ser feita de forma anônima e gratuita pelo Disque 100. A ligação é confidencial e o serviço funciona 24 horas por dia.
Com informação: Metrópoles