Você já imaginou uma escola onde os professores foram substituídos por inteligência artificial? Nos Estados Unidos, esse modelo já existe e se chama Alpha School, uma instituição que virou símbolo de uma pedagogia futurista, ousada e milionária.
A promessa é clara: apenas duas horas de ensino acadêmico por dia, aprendizado acelerado e mensalidades que podem ultrapassar R$ 325 mil ao ano. O formato da Alpha com disciplinas básicas, matemática, leitura e ciências, controladas por sistemas de inteligência artificial.
O restante do dia é voltado para “habilidades da vida real”, como empreendedorismo, finanças pessoais, oratória e práticas ao ar livre, em sessões de 60 a 90 minutos. A escola garante que seus alunos aprendem o dobro em metade do tempo.
Em vez de professores, a escola conta com “guias”, adultos que não lecionam conteúdos, mas acompanham o desenvolvimento emocional e motivacional dos estudantes. A ideia é estimular autonomia e pensamento crítico, enquanto a tecnologia assume o papel de ensinar.
Mensalidade para poucos
O preço, no entanto, limita o acesso: a anuidade varia entre US$ 40 mil (cerca de R$ 200 mil) em cidades como Austin e US$ 65 mil (aproximadamente R$ 325 mil) em regiões como Northern Virginia. Um valor que reforça o caráter elitista do modelo.
Com unidades já abertas no Texas, Flórida, Arizona e Califórnia, a Alpha planeja expansão para Santa Bárbara, Nova York, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Porto Rico. O modelo tem apoio de bilionários como Bill Ackman, que defendem a proposta como uma alternativa ao ensino tradicional e livre de “ideologias”.
Segundo a própria Alpha, seus alunos estão entre os 1% melhores do país em testes adaptativos como o NWEA MAP. A escola também afirma que o ritmo de aprendizado é duas vezes mais rápido do que o de instituições convencionais. Porém, especialistas questionam a credibilidade dos dados, já que não há verificações independentes.
Críticos alertam ainda para riscos sociais e emocionais: duas horas de estudo mediado por IA seriam suficientes para formar cidadãos empáticos e preparados para desafios coletivos? Alguns estados americanos rejeitaram a adoção do modelo justamente por falta de comprovação científica e alinhamento com padrões educacionais.