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Governo libera R$ 2 milhões para incentivar dez pesquisas de empreendedorismo científico

A edição deste ano do Prime começou em maio com 120 pesquisadores na primeira fase, com professores, estudantes de pós-graduação e empreendedores com empresas incubadas nos ambientes de inovação do Paraná. Entre agosto e setembro, 35 participantes avançaram para a segunda etapa, marcada por workshops e mentorias coletivas e individuais.

Por: Redação Fonte: AEN
02/10/2025 às 08h23
Governo libera R$ 2 milhões para incentivar dez pesquisas de empreendedorismo científico
Dez projetos inovadores selecionados no Prime recebem certificação em Guarapuava Foto: Unicentro

O Governo do Paraná realizou nesta terça-feira (30) a liberação de recursos da ordem de R$ 2 milhões para os dez pesquisadores finalistas do programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime). Cada um dos projetos contemplados recebeu um aporte de R$ 200 mil para investimento no desenvolvimento tecnológico e na validação de mercado. O Prime é um programa de formação empreendedora que busca transformar resultados de pesquisas acadêmicas com potencial mercadológico em produtos, serviços e novos negócios.

A cerimônia de anúncio dos investimentos aconteceu durante a programação do Paraná Faz Ciência 2025, que acontece em Guarapuava, no Centro Sul do Estado, organizado pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). A programação dedicada à divulgação científica segue até sexta-feira (3), com a participação de todas as sete universidades estaduais e de quatro instituições federais de ensino superior paranaenses. O evento também faz parte da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2025).

A edição deste ano do Prime começou em maio com 120 pesquisadores na primeira fase, com professores, estudantes de pós-graduação e empreendedores com empresas incubadas nos ambientes de inovação do Paraná. Entre agosto e setembro, 35 participantes avançaram para a segunda etapa, marcada por workshops e mentorias coletivas e individuais. Agora, na terceira fase, os dez finalistas terão novas mentorias individuais para fortalecer o desenvolvimento dos projetos, já com o aporte financeiro assegurado pelo Fundo Paraná de ciência e tecnologia.

O secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, em exercício, Jamil Abdanur Júnior, reforçou o papel estratégico da ciência para o desenvolvimento do Estado. “Ao valorizar a propriedade intelectual e incentivar sua aplicação prática o Prime dá visibilidade ao trabalho dos pesquisadores e mostra que investir em ciência significa investir em soluções concretas para os desafios da sociedade”, afirmou. “Iniciativas como esta são fundamentais para consolidar um ecossistema de inovação mais forte e competitivo”.

Ele destacou que o Prime cumpre um papel estratégico ao aproximar a pesquisa acadêmica do mercado. “Programas como o Prime criam a ponte entre a produção científica e o setor produtivo, pois muitas pesquisas com potencial de impacto ficariam restritas a artigos e salas de aula, e o Prime transforma esse conhecimento em produtos, serviços e novos negócios, capazes de gerar inovação, emprego e riqueza”, sinalizou o gestor.

“O Prime nasceu da necessidade de transformar propriedade intelectual em produto. Patentes não podem ser só pontos no currículo. Hoje vemos ideias virando negócios e gerando renda”, pontuou Marcos Aurélio Pelegrina, diretor de Ciência e Tecnologia da Seti. Segundo ele, exemplos concretos de produtos desenvolvidos por pesquisadores paranaenses e que já chegaram ao mercado comprovam que a política pública do Prime tem gerado frutos reais, sustentáveis e com potencial de impacto nacional e internacional.

O reitor da Unicentro, Fábio Hernandes, anfitrião do evento, reforçou o papel estratégico das universidades neste processo. “As universidades públicas têm mostrado, ano após ano, sua capacidade de encontrar soluções para problemas reais da comunidade. O programa é mais que uma premiação, é uma prestação de contas à sociedade. E é uma satisfação imensa ver a Unicentro entre as instituições envolvidas nessa transformação”, declarou.

 

PROJETOS – Em 2025, os projetos finalistas abrangem as áreas de agricultura e agronegócio, biotecnologia e saúde, energias renováveis e cidades inteligentes. Do total, três são da Universidade Estadual de Londrina (UEL), um da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e seis da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), representando diferentes regiões do Estado, como Curitiba; Londrina, no Norte; Ponta Grossa, nos Campos Gerais; e Apucarana, no Vale do Ivaí.

Na área de agricultura e agronegócio, dois projetos da UEL se destacam. O professor Gerson Nakazato, de Londrina, desenvolveu um sanitizante natural produzido a partir de óleos vegetais para higienização de carnes, frutas e verduras. Já a estudante de mestrado Letícia Fernandes Gonçalves, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, propôs um substrato agrícola feito de resíduos agroindustriais que melhora a retenção de água no solo e estimula o crescimento de plantas.

No campo de energias renováveis, três projetos da UTFPR propõem soluções sustentáveis. No campus de Apucarana, o professor Murilo Pereira Moisés coordena um sistema para capturar dióxido de carbono no setor industrial e reutilizar na indústria de bebidas, produção de bicarbonato de sódio e em estações de tratamento de água. No campus de Londrina, o professor Alesandro Bail idealizou um sistema de filtração para remover impurezas do biogás e otimizar a produção de biometano.

“O Prime é um mecanismo inovador e de grande relevância para transformar resultados de pesquisas acadêmicas em produtos e serviços com potencial de mercado, pois impacta desde os fundamentos do processo de produção e exigências do mercado até a construção de bases que permitem aos pesquisadores avançar nos processos de transferência de tecnologia, fortalecendo a visibilidade das universidades e demonstrando uma relevância social”, disse Bail.

Também em Apucarana, a empreendedora Joziane Gimenes Meneguin, de uma startup incubada na UTFPR, estruturou uma lixeira inteligente que converte resíduos orgânicos em adubo de alta qualidade, voltado a residências e pequenos produtores urbanos. O projeto une inovação tecnológica e sustentabilidade urbana, contribuindo para a gestão eficiente de resíduos e incentivando práticas ambientalmente responsáveis.

 

TRATAMENTO DE CÂNCER – Entre as inovações, três projetos voltados a mulheres em tratamento de câncer de mama merecem destaque pelo impacto social. A professora Sonia Maria Fabris Luiz, do Departamento de Fisioterapia da UEL, desenvolveu uma placa de compressão em 3D para tratar o inchaço crônico nos braços de mulheres submetidas à radioterapia. Em Curitiba, o professor David Kretschek, do Departamento de Engenharia Mecânica da UTFPR, lidera um projeto de próteses de aréolas mamárias realistas e personalizadas em 3D.

“O Prime realmente capacita os pesquisadores para o desenvolvimento de produtos com potencial de comercialização e transferência de tecnologia, além de interligar as instituições de ensino superior ao mercado, possibilitando que as pesquisas acadêmicas e científicas cheguem à comunidade e gerem benefícios concretos para os cidadãos, disse a professora Sonia Luiz. “É um programa muito bem estruturado, que fez diferença na minha vida profissional e contribui para o desenvolvimento do estado do Paraná”.

O estudante de doutorado Antonio Verguetz Silva, do Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais da UTFPR, em Curitiba, propôs próteses mamárias externas produzidas em silicone e impressão 3D, customizadas de acordo com as características corporais das mulheres mastectomizadas. Na prática, essas iniciativas representam avanços significativos na reconstrução estética e no bem-estar das pacientes, demonstrando como a pesquisa aplicada pode gerar impacto direto na qualidade de vida das pessoas.

Ainda na área de biotecnologia e saúde, o professor Flávio Luís Beltrame, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UEPG, desenvolve um estudo que transforma a pele de Tilápia em gel cicatrizante para feridas e queimaduras, rico em compostos antimicrobianos. Já a pesquisa da estudante de mestrado Emanuelle Naumann, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, no campus da UTFPR em Ponta Grossa, consiste em um extrato desenvolvido a partir do cultivo de microorganismos para a indústria cosmética, com propriedades antioxidantes.

 

FOMENTO – Esse aporte de recursos consolida o apoio do governo estadual, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Fundação Araucária, para a transformação da pesquisa acadêmica em soluções concretas para a sociedade e para o mercado. Com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR), esses projetos reforçam a capacidade inovadora das universidades, que estão contribuindo diretamente para o avanço da ciência e do desenvolvimento econômico.

PRESENÇAS – O evento contou com a participação da reitora da UEL, Marta Regina Gimenez Favaro; do reitor da Unioeste, Alexandre Almeida Webber; do reitor da UEPG, em exercício, Ivo Mottin Demiate; do vice-reitor da Unioeste, Gilmar Ribeiro de Mello; da vice-reitora da UTPFR, Vanessa Ishikawa Rasoto; e do pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Rafael da Silva. Também estavam presentes o diretor de Ensino Superior da Seti, Michel Jorge Samaha, e o gerente de Competitividade Setorial do Sebrae/PR, Weliton Monteiro Perdomo.

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