
Celebrado em um território símbolo de ancestralidade e resistência, o Dia da Consciência Negra ganhou significado especial no Quilombo Apepu, que reuniu a comunidade e visitantes em uma programação dedicada à memória, cultura e valorização da identidade negra. Com agenda diversificada ao longo de todo o dia, o evento envolveu mais de 100 participantes e destacou tradições afro-brasileiras, memória quilombola e práticas de integração com o território.
Os interessados também podem conhecer a comunidade quilombola do Apepú, em São Miguel do Iguaçu e aproveitar a oportunidade para fazer as trilhas do parque. “Aqui é o lado que também a gente chama de trilhas do Apepú”, destaca o chefe do Parque Nacional do Iguaçu, José Ulisses dos Santos.
“A gente está buscando fazer com que o pessoal entenda que o parque é algo nosso, que podemos usufruir e cuidar”, destaca uma das lideranças do Quilombo, Roberto Correia.
Para o Dia da Consciência Negra, o coordenador do Projeto de Turismo de Base Comunitária do Quilomba Apepu, Vitor Honorato, ressalta que houve o planejamento especial para a programação que se estendeu durante todo o dia.
Vivências
A abertura ocorreu com a Trilha Guiada e Vivência Musical, conduzidas por Beto Correia, uma liderança do local, e pela artista Ellen Mirú. A atividade percorreu área do Parque Nacional do Iguaçu e uniu conhecimento ambiental a um momento de contemplação musical ao ar livre.
Na sequência, duas oficinas ocorreram simultaneamente. A Oficina Agroflorestar com Arte e Yoga para Crianças, ministrada por Mayara Brecher e Luiz Chitolina, integrou práticas de yoga, agrofloresta e criação artística com elementos naturais. Já a oficina de tintas naturais, conduzida por Matheus Anastácio, apresentou técnicas de bioconstrução e produção de tintas de terra, envolvendo o público na criação de um painel coletivo.
Durante todo o período matutino, visitantes também participaram do guiamento pelo território do quilombo, com a Iguassu Secret Falls, e das atividades educativas da Onça Móvel, do Projeto Onças do Iguaçu.
Memória e Identidade
A tarde foi dedicada à preservação da memória e ao fortalecimento da identidade cultural. A Casa da Memória Rafaela Correia, além de ter sua abertura ao público como um espaço de memória, sediou o lançamento do livro infantil “Flor de Apepu”, premiação do concurso fotográfico e uma apresentação sobre o acervo histórico do quilombo, reforçando a importância da salvaguarda de patrimônio material e imaterial.
Em seguida, uma oficina de tranças, comandada por Lilian Freitas e Ester Ferreira, retomou práticas ancestrais de cuidado e estética afro, reunindo participantes de diferentes faixas etárias.
O encerramento da programação ocorreu com a apresentação do grupo Maracatu Alvorada Nova, de Foz do Iguaçu, que também promoveu uma roda de conversa sobre a tradição do maracatu de baque virado, suas origens e sua relevância para a cultura afro-brasileira contemporânea.
O evento foi realizado pela Associação Quilombola Apepu, do Quilombo Apepu, em parceria com Adetur Cataratas e Caminhos, Projeto Onças do Iguaçu, Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila), através dos projetos de extensão do Núcleo de Estudos Afro Latino Americanos e Caribenhos (Neala) e Histórias de Quilombo, com apoio do Parque Nacional do Iguaçu.




