Segunda, 01 de Dezembro de 2025
19°C 27°C
Marechal Cândido Rondon, PR
Publicidade

Estudantes de Engenharia Florestal da UFG visitam modelos de recomposição ambiental em fazenda no DF

Alunos conheceram experiências de recomposição ambiental da paisagem rural conduzidas pela Embrapa e parceiros

Por: Redação Fonte: Embrapa
01/12/2025 às 14h16
Estudantes de Engenharia Florestal da UFG visitam modelos de recomposição ambiental em fazenda no DF
Foto: Felipe Ribeiro

Um grupo de 19 alunos do décimo período do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Goiás (UFG) participou, no dia 25 de novembro, de uma visita técnica para conhecer diferentes modelos de restauração da paisagem ambiental do bioma Cerrado avaliados na Fazenda Guzerá da Capital, localizada no Distrito Federal. Eles são alunos da disciplina “Recuperação de Áreas Degradadas e Avaliação de Impactos Ambientais”, ministrada pela professora Sybelle Barreira, que também esteve presente na condução dos experimentos implantados pela Embrapa em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), durante a execução do Projeto Biomas (2010-2020).

Em conjunto com o pesquisador Felipe Ribeiro, da Embrapa Cerrados (DF), foram apresentados modelos de restauração de Áreas de Preservação Permanente (APP) com semeadura direta e plantio de mudas para mata seca, mata de galeria e de nascentes com semeadura direta de gramíneas, abordando o desempenho das espécies utilizadas e possibilidades de exploração econômica das áreas recuperadas.

O pesquisador lembrou que participar da formação de estudantes é parte da competência da Embrapa, e apontou que apresentar os resultados de recuperação da vegetação nativa para alunos de graduação em Engenharia Florestal é uma estratégia fundamental para o cumprimento da missão da instituição de pesquisa e para o futuro da área. “Aqui, como produto dos projetos Biomas e Paisagens Rurais, temos a conexão entre teoria e prática: se os estudantes saem da universidade conhecendo a teoria dos livros, a Embrapa apresenta dados reais, de longo prazo, demostrando o que funciona, o que não funciona, por que e em quais condições. Isso transforma o conhecimento, às vezes abstrato, em aplicação concreta”, acrescentou Ribeiro.

Sybelle Barreira leva alunos à propriedade há 13 anos. Ela explicou que a visita aos experimentos na Fazenda Guzerá da Capital permite discutir, na prática, tudo que o que aprendido na teoria em sala de aula. “Esta é a última semana de aula, então trago os alunos aqui porque consigo falar sobre resiliência, modelos, semeadura direta, plantio de mudas e sistemas integrados. É uma atividade, dentro de uma fazenda privada, extremamente produtiva, para discutir restauração. Acredito que os alunos saem daqui muito melhores que vieram, entendendo a junção da teoria e da prática”.

O estudante Gabriel Mateus Santos queria ver de perto a recuperação e a recomposição ambiental na prática, já que se trata de um conteúdo estudado no curso. “Comecei a gostar dessa área assim que iniciei a disciplina e queria ver, não só em sala de aula, mas na prática, como recompor uma área, como fazer para ela ter recuperação natural, como podemos interagir com o proprietário e, no futuro, ter a possibilidade de trabalho em outras propriedades para fazermos esse tipo de recuperação para atender à legislação”, disse o estudante. “Foi realmente muito bom entendermos como funciona a recuperação de áreas degradadas de acordo com a legislação, na Engenharia Florestal, dentro de uma propriedade real”, completou.

Colega de Gabriel, Yara Lourenço acrescentou que a visita ao campo amplia a percepção, na atuação profissional, dos conteúdos teóricos aprendidos nas aulas. “Hoje, descobri várias formas de fazer a regeneração (da vegetação), principalmente levando em consideração o que o produtor deseja, pois nem sempre ele terá poder econômico para financiar uma regeneração, mas é obrigado por lei. Temos esse desafio e aqui vemos que é possível fazer isso sem um custo tão alto e que, em médio e longo prazo, a área estará regenerada, protegendo, se for uma APP, um curso d’água, o que é muito importante”, sublinhou, manifestando o interesse por esse campo de trabalho.

Além de cursar Engenharia Florestal, Gisele Oliveira presta serviços de consultoria ambiental principalmente em propriedades rurais, realizando análises de geoprocessamento. Por trabalhar em escritório, ela afirma ter pouca vivência de campo. “Fazer uma viagem como essa e saber como é uma barraginha (estrutura de contenção de água da chuva em estradas), por exemplo, é visualmente o que faço no escritório, mas que às vezes não tenho noção de campo. Ver isso é abrir mais a mente”, comentou, elogiando o trabalho de recuperação de uma Área de Reserva Legal da fazenda visitada.

A estudante Eduarda Gonçalves se surpreendeu ao ver, na prática, tudo o que aprendeu em diferentes partes do curso de Engenharia Florestal. “A recuperação de áreas degradadas é um pontapé para o que está ocorrendo ultimamente no mundo, que é a mudança do clima. Ouvir pessoas com experiência na área, que visualizam o que está acontecendo no campo de uma forma diferente contribui muito para o nosso aprendizado. Muito do que vemos é a parte teórica, e quando vamos ao campo demora muito para associar (com a prática). Então, ter alguém com esse conhecimento e nos ajudando a ver, analisar e entender a natureza de uma forma diferente atendeu totalmente às minhas expectativas. Foi incrível”, disse.

Para os proprietários José Brilhante Neto, Adriano Varela e Geraldo Melo, receber uma instituição de pesquisa e estudantes de Engenharia Florestal pode parecer, à primeira vista, algo pouco produtivo. No entanto, a prática é considerada estratégica e vantajosa, pois permite avaliar possíveis inovações a serem adotadas na fazenda, além de proporcionar acesso gratuito e imediato a tecnologias avançadas e conhecimento especializado para soluções específicas. “Isso contribui para aumentar a sustentabilidade, facilitar a regularização ambiental com segurança e valorizar tanto a imagem quanto o valor da fazenda ao fortalecer o relacionamento com a sociedade”, afirmou Neto.

Segundo o produtor, atividades como a visita dos alunos da UFG beneficiam todas as instituições envolvidas. Para ele, abrir espaço para pesquisas e estudantes não é simplesmente um gesto de cortesia, mas sim uma oportunidade estratégica. “Essa parceria traz benefícios mútuos: a instituição de pesquisa dispõe de um ambiente real para aplicar seu conhecimento, os estudantes adquirem experiência prática significativa e o produtor rural recebe conhecimento técnico gratuito e personalizado, maior sustentabilidade e facilitação da regularização ambiental, agregando valor à sua propriedade e à sua reputação. Dessa forma, transformar a obrigação da recuperação ambiental em uma oportunidade de modernização, lucro e reconhecimento torna-se possível para o negócio rural”, concluiu.

 
 

Breno Lobato (MTb 9417/MG)
Embrapa Cerrados

Contatos para a imprensa
cerrados.imprensa@embrapa.br
Telefone: (61) 3388-9945

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Marechal Cândido Rondon, PR
26°
Tempo nublado
Mín. 19° Máx. 27°
27° Sensação
1.03 km/h Vento
59% Umidade
100% (3.2mm) Chance chuva
05h39 Nascer do sol
19h11 Pôr do sol
Terça
29° 19°
Quarta
31° 19°
Quinta
31° 18°
Sexta
31° 20°
Sábado
32° 20°
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,36 +0,45%
Euro
R$ 6,22 +0,53%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 484,487,57 -6,37%
Ibovespa
158,543,80 pts -0.33%
Publicidade
Publicidade
Enquete
...
...
Lenium - Criar site de notícias