Aluna da Escola Municipal Professor Benedicto João Cordeiro, no Jardim Tarobá, Júlia integrou um dos primeiros grupos de visitantes que passaram pelo novo recinto das harpias do RBV. O espaço, com cerca de 800 metros quadrados e 10 metros de altura, estava fechado havia cerca de um ano para reforma e foi reaberto nesta quinta-feira (4).
Os dez animais soltos no local (de um total de 32 do plantel da Itaipu) são jovens, com menos de cinco anos de idade, mas com tamanho de adultos – exemplares da espécie podem chegar a um metro de altura e dois de envergadura. É considerada a ave de rapina mais forte do mundo.
“Escolhemos as harpias mais jovens porque queremos estudar o seu comportamento e verificar em qual momento eles formam casais”, explicou o biólogo Marcos de Oliveira, da Divisão de Áreas Protegidas de Itaipu.
Os animais ganharam mais poleiros (para melhorar a ocupação do espaço), dois ninhos artificiais e cascata para banho, entre outras benfeitorias. Um deles ganhou também um dispositivo de monitoramento com GPS. A reforma foi feita com apoio das divisões de Infraestrutura e Manutenção e de Planejamento de Infraestrutura, ambas da Diretoria de Coordenação da Itaipu.
Segundo Marcos de Oliveira, ter um espaço adequado é importante para que as harpias desenvolvam comportamento de socialização e criem musculatura de voo, essenciais para a fase reprodutiva. Adicionalmente, a exposição no circuito turístico contribui para a divulgação do projeto, a conscientização ambiental e a necessidade da preservação da espécie, ameaçada de extinção na Mata Atlântica.
Desde 2009, já nasceram no Refúgio da Itaipu 56 filhotes da espécie, muitos encaminhados para instituições de pesquisa do Brasil e do exterior – como França e Alemanha. Trata-se do maior programa de reprodução de harpias do mundo e o único no Brasil com reprodução continuada. A ideia é criar condições para que, em até cinco anos, os animais possam ser reinseridos na natureza.
Impulso ao turismo
Marcelo Giongo, gerente operacional do Complexo Turístico Itaipu (CTI), disse acreditar que o retorno do recinto das harpias ao circuito deva impulsionar a visitação ao Refúgio Biológico. O espaço recebe quatro visitas diárias, duas pela manhã e duas à tarde. “As pessoas sempre perguntavam onde estavam as harpias. E toda vez que temos novidade no Refúgio a procura de turistas aumenta”, afirma, citando como exemplo os filhotes de onça-pintada nascidos no final de 2022 e, hoje, uma das principais atrações do circuito.
Aluna do Colégio Agrícola de Francisco Beltrão, Nicole Bueno visitou o Refúgio pela primeira vez na manhã desta quinta-feira e teve a sorte de acompanhar a reabertura do recinto das harpias. “Achei interessante principalmente o fato de a harpia ser uma ave monogâmica, difícil de se reproduzir. E que o Refúgio concentra um grande número desses animais. Não conhecia o projeto e achei muito lindo, surreal.”
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