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Reabertura da FAFEN-PR, em Araucária, deve gerar 5 mil empregos e estimular pesquisa e inovação

A reativação puxará o crescimento da cadeia produtiva.

12/02/2024 às 08h53
Por: Redação Fonte: Alep
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A deputada estadual Ana Júlia (PT) visitou as instalações da FAFEN-PR.Créditos:Divulgação/Assessoria Parlamentar
A deputada estadual Ana Júlia (PT) visitou as instalações da FAFEN-PR.Créditos:Divulgação/Assessoria Parlamentar

A reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (FAFEN-PR), em Araucária, deve gerar 5 mil empregos diretos e indiretos, conforme estimativa do Sindiquímica-PR. A expectativa é que a reativação da fábrica pela Petrobrás ocorra ainda no primeiro semestre deste ano.

A reativação foi discutida durante reunião na terça-feira (06), na FAFEN-PR, entre a deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) e representantes da unidade e sindicatos (além do Sindiquímica-PR, o Sindipetro-PR/SC). "A reativação representa o projeto de país que acreditamos. Onde tem uma unidade da Petrobras, há desenvolvimento. Por isso, estamos na luta para que a reabertura aconteça o quanto antes”, destaca Ana Júlia.

A retomada das atividades já tem o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas precisa ser consolidada pela diretoria executiva da empresa. Parada desde 2020, durante o governo Bolsonaro, a unidade deve receber investimentos na casa dos R$ 800 milhões para voltar a operar.

A medida beneficiará o setor agropecuário, diminuindo a dependência de produtos importados da Europa e Ásia e reduzindo a pressão sobre os preços provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Antes da paralisação, a FAFEN-PR produzia parte significativa da ureia e amônia do mercado brasileiro, matérias-primas utilizadas na fabricação de fertilizantes. Com a redução do custo de produção a partir da maior disponibilidade de produtos nacionais, espera-se que haja diminuição também no preço dos alimentos.

“A FAFEN-PR foi hibernada de forma criminosa, paralisando um setor importante da nossa indústria. A reabertura é importante pelos empregos gerados, pela competividade do nosso estado e pela necessidade de produzir fertilizantes e mover o setor agrícola”, disse a deputada Ana Júlia, na reunião, completando: “não podemos desperdiçar toda essa estrutura. A reabertura vai aquecer a economia e gerar empregos e renda”.

Pesquisa e inovação

Além da geração de empregos e do estímulo à agricultura, a reabertura deve estimular o desenvolvimento de Araucária e RMC (Região Metropolitana de Curitiba) em outras áreas – uma delas a de pesquisa e inovação.

Em paralelo às tratativas para a retomada das atividades na fábrica, parlamentares e lideranças articulam a instalação de um campus do IFPR (Instituto Federal do Paraná), com cursos que dialoguem com a cadeia produtiva local, aproveitando o potencial produtivo. Ana Júlia faz parte do movimento, defendendo que “a instalação do IFPR impulsionará um polo de pesquisa". O grupo defende a criação de um campus na região metropolitana Sul, próximo à FAFEN-PR, para buscar inovação tecnológica e sustentabilidade.

O potencial é enorme, avalia a deputada, uma vez que a região conta também com uma refinaria da Petrobrás – a Repar --, além de outras indústrias de grande porte.

Emprego

Dos cinco mil empregos que devem ser gerados, mil são postos diretos. As contratações terão como prioridade os trabalhadores demitidos em 2020, conforme o Sindiquímica-PR. A medida tem justificativa social e técnica. São pessoas com experiência e que conhecem o funcionamento da fábrica. Em algumas posições, leva-se até cinco anos para preparar o profissional para a função, mesmo com formação teórica. A operação é complexa e envolve extremos, com temperaturas em alguns equipamentos que variam de -70°C a 200°C.

“A interrupção das atividades da unidade e a demissão de mil funcionários, causando problemas a tantas famílias, é um absurdo que precisamos corrigir”, salienta Ana Júlia. “A reabertura atende uma questão social, que é o emprego, sendo estratégica para desenvolvimento de um polo petroquímico no Paraná e fundamental para uma agricultura com qualidade no país”, completa o diretor do Sindipetro, Ricardo Marinho.

A reativação puxará o crescimento da cadeia produtiva. No entorno da unidade, há várias empresas que prestavam serviços à FAFEN-PR que estão paradas, aguardando a retomada das atividades. "A reativação contribuirá para o desenvolvimento tecnológico, além de Araucária e região, também da Lapa, Contenda, São José, Fazenda Rio Grande, Campo Largo e Cidade Industrial de Curitiba", complementa o diretor do Sindipetro.

Sustentabilidade

A FAFEN-PR utilizava como matéria-prima resíduos da REPAR, que fica ao lado, o que integrava parte da produção. A capacidade produtiva por dia é de 2 mil toneladas de ureia, 1.300 toneladas de amônia e 1.680 toneladas de Arla 32 – este último utilizado pela indústria automotiva em catalisadores para reduzir a emissão de gases poluentes.

Em um segundo momento, a FAFEN tem planos para a fabricação de fertilizantes a partir de plástico reciclado, o que deve contribuir para a sustentabilidade e incentivar a cadeia da reciclagem.

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