Pessoas estão sedentas de intimidade. Alguém que empreste a sua atenção genuína. O seu envolvimento emocional. O seu tempo. A sua disposição. O seu coração. Para se importar.
Pessoas estão necessitadas de saber que alguém está lá por elas. Lá, naquele lugar que elas podem correr. Num lugar seguro e de confiança. Um lugar que fica feliz assim que ela chega. Quando ela volta. Quando há o encontro. E quantas coisas para contar. E como é bom poder compartilhar. O dia. Os desafios. E as vitórias.
Quantas pessoas precisam ter alguém para contar. E para também falar. De si. Do outro. E para dividir. O que foi. O que é. E o que virá. Pessoas precisam de corações que são uma casa para voltar. Lugar de confiança. Intimidade. Profundidade. Um lugar que possam ser realmente quem são. Desarmadas e frágeis. Imperfeitas e limitadas. Alguém que cuide das suas feridas. Do corpo e da alma. Alguém que passe o óleo que sare as dores. Que cure também com as palavras. De fé. De esperança. De conforto. De empatia e de paz.
Muitas pessoas precisam e oram por esse lugar. Por essa intimidade. Idosos, crianças e adultos. Por essas pessoas que um dia podem se encontrar. Como num milagre. No meio de tanta gente. No meio de uma família estruturada. Ou não. Em ótimas condições financeiras. Ou não. Não há uma receita. Não há lugar específico. É em todo lugar. Há essa fome de intimidade. Que é riqueza. Que é tesouro quem a pode alcançar. Pois nem todo mundo um dia vai encontrar.
Muitas vidas ansiando por profundidade. Na troca. No relacionamento. Mas não tem. Não dá. Não consegue. O coração anda tão fechado. Protegido. De mostrar quem é. Do tanto que está ferido. Fica recluso. Talvez para sempre.
Pessoas precisam de alguém que fale mais que só palavras. Alguém que signifique tanto. Que sinta a sua alma. E te tanto sentir possam se conectar. Se conhecer. E verdadeiramente se encontrar. E ser um só. Onde as almas possam finalmente se falar.
Cladesnei Estefânia Schneider