O Panorama da Pequena Indústria – levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) – revela expectativas favoráveis para o setor nos próximos meses. O Índice de Perspectivas acusou dois aumentos: um de 0,6%, constatado na mudança de março para abril, e outro de 1,6%, na comparação de abril de 2023 com abril de 2024.
“O aumento dessas expectativas pode ser relacionado aos anúncios do governo sobre medidas de apoio ao setor, como Brasil Mais Produtivo e o Desenrola MPEs, mas essa edição do PPI ainda não capta os efeitos decorrentes do anúncio do novo programa Acredita, anunciado no fim de abril“, esclarece Paula Verlangeiro, economista da CNI.
Dos três segmentos da Indústria (extrativista, de construção e de transformação), apenas o de transformação registrou valor abaixo da linha de 50 pontos, que separa altas e baixas perspectivas. “Reflete o momento difícil que o setor está vivendo, sobretudo pelo forte impacto das taxas de juros elevadas“, lamentou Verlangeiro.
A pesquisa da CNI elencou também os principais empecilhos encarados pela Indústria atualmente. No primeiro trimestre de 2024, os empresários indicaram a elevada carga tributária como o maior gargalo dos setores de construção e de transformação, com 38,7% e 32% das menções, respectivamente.
Em fase de regulamentação, a reforma tributária tem como meta estimular o crescimento da economia brasileira, mitigar as desigualdades sociais e regionais e conceder competitividade às empresas do país. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), garantiu que todos ganharão com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
“Eu compararia a reforma tributária a eventos como o Real, as reservas cambiais e a redução da dívida pública, na primeira década dos anos 2000”, detalhou, recentemente, durante o XXXVII Congresso Brasileiro de Direito Tributário. “E eu penso que a reforma tributária vai reconfigurar o Brasil”, acrescentou.
O setor da construção civil está em plena ascensão, estimulado pela retomada do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida (MCMV), pela diminuição da inadimplência e do desemprego e pela tendência de queda da taxa básica de juros pelo Banco Central (BC). As ações das incorporadoras responsáveis pelos projetos do MCMV, consequentemente, se valorizaram na Bolsa.
Em São Paulo, mais de 76 mil unidades foram vendidas em 2023, sendo 47% delas obras do MCMV. O Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais (Secovi/SP) estima que as transações totalizaram quase R$ 44 bilhões. O estado responde por 25% do mercado imobiliário brasileiro.
O Secovi projeta crescimento de 5% do mercado imobiliário paulista em 2024, com alta de 10% nos projetos do MCMV. Na avaliação das companhias, o impulso à construção civil deve se espalhar nacionalmente.
“O Brasil acompanha a tendência de São Paulo. Há mais otimismo, com mercado de trabalho aquecido, o que traz mais confiança ao consumidor, e queda de juros, cenário que sinaliza viés de baixa às taxas dos financiamentos”, afirma Ely Wertheim, presidente executivo do Secovi.
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