Domingo, 15 de Junho de 2025
14°C 18°C
Marechal Cândido Rondon, PR
Publicidade

Oito em cada dez professores já pensaram em desistir da carreira

Dado é de pesquisa inédita divulgada pelo Instituto Semesp

Por: Redação Fonte: Agência Brasil
08/05/2024 às 07h22
Oito em cada dez professores já pensaram em desistir da carreira
Sam Balye/Unsplash

Oito em cada dez professores da educação básica já pensaram em desistir da carreira. Entre os motivos estão o baixo retorno financeiro, a falta de reconhecimento profissional, a carga horária excessiva e a falta de interesse dos alunos. Os dados são da pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, divulgada nesta quarta-feira (8), pelo Instituto Semesp.

A pesquisa foi realizada entre 18 e 31 de março de 2024, com 444 docentes das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do país. Os dados mostram que 79,4% dos professores entrevistados já pensaram em desistir da carreira de docente. Em relação ao futuro profissional, 67,6% se sentem inseguros, desanimados e frustrados.

Entre os principais desafios citados pelos professores estão: falta de valorização e estímulo da carreira (74,8%), falta de disciplina e interesse dos alunos (62,8%), falta de apoio e reconhecimento da sociedade (61,3%) e falta de envolvimento e participação das famílias dos alunos (59%).

Segundo os dados da pesquisa, mais da metade dos respondentes (52,3%) diz já ter passado por algum tipo de violência enquanto desempenhava sua atividade como professor. As violências mais relatadas são agressão verbal (46,2%), intimidação (23,1%) e assédio moral (17,1%). São citados também racismo e injúria racial, violência de gênero e até mesmo ameaças de agressão e de morte. A violência é praticada principalmente por alunos (44,3%), alunos e responsáveis (23%) e funcionários da escola (16,1%).

Apesar disso, a pesquisa mostra que a maioria (53,6%) dos professores da educação básica está satisfeita ou muito satisfeita com a carreira. Os professores apontam como motivos para continuar nas salas de aula, principalmente, o interesse em ensinar e compartilhar conhecimento (59,7%), a satisfação de ver o progresso dos alunos (35,4%) e a própria vocação (30,9%).

“Apesar de todos os problemas é o que eu gosto de fazer e tenho maior capacidade”, diz um dos professores entrevistados, cujo nome não foi revelado. “A paixão pelo processo de ensinar e aprender, contribuindo para a evolução das pessoas”, aponta outro, que também não foi identificado.

Para Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, esses dados são importantes porque mostram o que motiva os professores. “Ele fala da sua vocação. Fala do interesse em ensinar, da satisfação de ver o progresso do aluno. São fatores que estão interligados. Tanto a vocação como o interesse em compartilhar o conhecimento e a satisfação de ver o progresso do aluno. Esse é um dado muito importante em termos do perfil daquele que escolhe ser professor”, destaca

Licenciaturas

A pesquisa Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil faz parte da 14ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, que reúne dados oficiais e coletados pelo Instituto Semesp para traçar o cenário atual do setor educacional no país. Esta edição tem como foco principal Cursos de Licenciaturas: Cenários e Perspectivas.

De acordo com a publicação, o Brasil tem 9,44 milhões de estudantes matriculados no ensino superior. A maioria deles está em instituições privadas (78%). Por lei, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), até 2024, o país deveria ter 33% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior. Até 2022, essa taxa era 18,9%.

Atualmente, 17% dos alunos do ensino superior cursam alguma licenciatura, o que equivale 1,67 milhões de universitários. Pedagogia aparece como 17° curso com mais estudantes nos cursos presenciais diurnos e como o primeiro curso com mais estudantes em ensino a distância (EAD).

Apesar do grande número de estudantes, os dados mostram que as desistências nesses cursos são altas. Cerca de 60% dos estudantes de licenciaturas na rede privada e 40% dos estudantes da rede pública desistem da formação. Entre os mais jovens, apenas 6,6% dos entrevistados pelo Instituto Semesp têm interesse em cursar cursos da área de educação.

“Nós pensamos que é necessário repensar também o modelo de oferta dos cursos de licenciatura, com essa campanha que estamos fazendo para atrair os jovens para os cursos de licenciatura. Os currículos têm que ter mais prática e mais capacitação para esse uso de tecnologia, a necessidade de financiamento das mensalidades, porque a maioria dos que vão para o curso de licenciatura é de uma classe social mais baixa e, por isso, a necessidade de uma bolsa permanência para o aluno não evadir e não precisar trabalhar”, defende Lúcia Teixeira.

Formação a distância

Recentemente, as altas taxas de matrícula em cursos a distância e a preocupação com a qualidade da formação dos estudantes, especialmente dos futuros professores, levaram o Ministério da Educação (MEC) a buscar uma revisão do marco regulatório da modalidade.

Para o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a formação presencial pode não ser a única solução. Ele defende uma revisão da avaliação dos cursos. Ainda que seja na modalidade a distância, ele ressalta que os cursos de formação de professores preveem uma carga horária presencial, em estágios, por exemplo.

“Eu acho que o que precisa é melhorar a avaliação dessa presencialidade. Se eu tenho obrigatoriedade de estágios e esses estágios não são cumpridos ou são muito ruins, aí eu tenho um problema. Se é ruim e eu só aumento a carga [horária presencial], eu só vou aumentar a ruindade. Então, eu acho que, primeiro, antes de discutir mais carga presencial ou menos carga presencial, não estou falando que a gente defende ou não defende, mas eu acho que é preciso melhorar esse monitoramento do presencial”, diz.

A pesquisa feita com os docentes pelo Instituto Semesp mostra que 50,1% dos respondentes discordam parcial ou totalmente da afirmação de que o ensino a distância não é adequado. Além disso, para 55,7% dos entrevistados, os cursos de licenciatura devem ser ofertados apenas na modalidade presencial.

Edição: Juliana Andrade

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Foto: UEM
Vestibular Há 2 dias

UEM divulga concorrência do Vestibular de Inverno; medicina tem 628 candidatos por vaga

As provas serão aplicadas no período da tarde, no dia 13 de julho, em Maringá e em mais dez cidades paranaenses – Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Cianorte, Goioerê, Ivaiporã, Paranavaí, Umuarama, Ponta Grossa e Curitiba. Os locais de prova e respectivos endereços serão divulgados no dia 24 de junho.

Assessoria
IFPR Há 2 dias

Iniciadas as aulas dos cursos técnicos do IFPR em Marechal Cândido Rondon

Nesta etapa, estão sendo ofertados três programas de qualificação, com capacidade para atender até 90 alunos

Com aulas em andamento, Alfabetiza Paraná promove cidadania e inclusão no Estado Foto: SEED-PR
Educação Há 2 dias

Com aulas em andamento, Alfabetiza Paraná promove cidadania e inclusão no Estado

Coordenado pela Seed-PR, o Alfabetiza Paraná oferece aulas gratuitas, presenciais, material didático completo e alimentação escolar para jovens a partir dos 15 anos, adultos e idosos que ainda não aprenderam a ler e escrever. O curso tem duração de seis meses e as aulas acontecem nos períodos da noite e da manhã, com aulas duas vezes por semana.

Jose Cruz/Agência Brasil
Enem Há 2 dias

Estudantes têm até as 23h59 de hoje para fazer a inscrição no Enem

Taxas podem ser pagas até a próxima quarta-feira

Extensão universitária: Unioeste recebe homenagem por 20 anos de atuação no Projeto Rondon Foto: SETI
Unioeste Há 4 dias

Extensão universitária: Unioeste recebe homenagem por 20 anos de atuação no Projeto Rondon

Honraria nacional é concedida a personalidades e instituições que contribuem com as Forças Armadas em diferentes iniciativas. Desde 2005, a Unioeste participou de 42 operações do Projeto Rondon, no Paraná e em outros estados. Extensão universitária contribui para a formação cidadã de universitários, com impacto em comunidades vulneráveis.

Marechal Cândido Rondon, PR
15°
Tempo nublado
Mín. 14° Máx. 18°
15° Sensação
2.77 km/h Vento
90% Umidade
100% (33.5mm) Chance chuva
07h18 Nascer do sol
07h18 Pôr do sol
Segunda
24° 14°
Terça
24° 18°
Quarta
22° 18°
Quinta
23° 17°
Sexta
18° 16°
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,54 -0,11%
Euro
R$ 6,40 -0,02%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 618,524,12 -0,23%
Ibovespa
137,212,63 pts -0.43%
Publicidade
Publicidade
Enquete
...
...
Publicidade
Lenium - Criar site de notícias