A arqueóloga Niède Guidon, um dos principais nomes neste campo da ciência no Brasil, recebeu nesta quarta-feira (8) o Prêmio Almirante Álvaro Alberto 2024. A premiação, concedida anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Marinha do Brasil, é um reconhecimento aos cientistas brasileiros que contribuíram de forma significativa para a ciência e tecnologia do país.
Esse é mais um título para a cientista, de 91 anos, que já foi condecorada com a Ordem do Mérito Científico, Grã-Cruz, do MCTI; além de ter conquistado o Green Prize, da organização pacificista e ecológica Paliber; o Prêmio Príncipe Klaus, do governo holandês; o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Cultura; o prêmio Cientista do Ano, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); o Prêmio Chevalier de La Légion d'Honneur, do governo francês.
Segundo o CNPq, ao longo de sua carreira, Niède identificou mais de 700 sítios pré-históricos, entre os quais 426 paredes de pinturas antigas e evidências de habitações humanas antigas na área da Serra de Capivara, no Piauí.
As descobertas foram fundamentais para a criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, área de grande concentração de biodiversidade e pinturas rupestres, que é considerada patrimônio mundial pela Unesco.
“Simplesmente fiz o meu trabalho como pesquisadora, arqueóloga. Vinha da França para o Brasil fazer pesquisas aqui na Serra da Capivara, que é realmente um local fantástico, tanto pela natureza como por toda a memória que o homem pré-histórico deixou aqui”, disse Niède, por vídeo, já que não pôde comparecer à cerimônia no Rio de Janeiro, nessa quarta-feira. “Espero que tudo isso [trabalho arqueológico no parque], porque tudo isso continue porque ainda há muito a descobrir na Serra da Capivara”.
Edição: Valéria Aguiar
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