Uma gigante que, neste ano, completou seus 40 anos de produção, celebrados no último dia 5 de maio, e atingiu os 3 bilhões de megawatts-hora de energia acumulada. Nenhuma outra hidrelétrica no mundo chegou nem perto dessa marca histórica.
Fotos históricas: Acervo Itaipu Binacional
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, a empresa é símbolo de produtividade aliada à gestão social e ambiental, que gera, além de eletricidade, desenvolvimento para as duas nações sócias. “Itaipu é um sonho de integração que se tornou realidade. Pelo empenho de brasileiros e paraguaios, ela fornece energia, move dois países e cuida da natureza e das pessoas de sua área de influência como nenhuma outra no mundo. Há meio século, é um exemplo de que isso é possível”, afirmou.
Conheça um pouco mais dessa maravilha da engenharia e da diplomacia.
Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional
Histórico
A fundação de Itaipu foi em 17 de maio de 1974, dia em que foram empossados o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva, com formação semelhante nos dois lados, brasileiro e paraguaio. A posse foi em solenidade no Hotel das Cataratas, instalado dentro do Parque Nacional do Iguaçu.
Na primeira reunião do Conselho de Administração, realizada em Assunção, em 3 de junho de 1974, foi criada uma comissão especial para redigir o Regimento Interno de Itaipu, apresentado e aprovado em reunião extraordinária em 23 de junho daquele ano, também em Assunção.
As obras
Nessa mesma época, enquanto era processada a concorrência das empreiteiras que iriam executar as obras civis de Itaipu, pequenas firmas eram preparadas para fazer as obras viárias de acesso à futura usina, além de vilas residenciais e toda a infraestrutura de assistência escolar e de saúde, entre outras necessidades básicas. Paralelamente, eram adquiridos no exterior equipamentos de construção não existentes no Brasil e no Paraguai à época.
O plano previa a construção de 8 mil casas para os trabalhadores, 4 mil na margem esquerda, em Foz do Iguaçu, e 4 mil na margem direita, nas cidades paraguaias de Porto Presidente Stroessner (hoje Ciudad del Este), Hernandarias e Porto Presidente Franco.
No segundo semestre de 1974, foi construído um acampamento pioneiro na área da futura usina, com as primeiras edificações para escritório, almoxarifado, refeitório, alojamento dos trabalhadores e posto de combustíveis. Tudo começava a ser preparado para a leva de trabalhadores que viriam a ser contratados pelos consórcios de empresas responsáveis pelas obras civis e pela fabricação e montagem dos equipamentos da usina.
Verdadeiros conglomerados de empresas seriam os grandes empregadores durante a construção da usina, que mobilizaria milhares de trabalhadores do Brasil e do Paraguai, atraídos pelas notícias de que as obras gerariam empregos em abundância pelos próximos anos. O consórcio Unicon, por exemplo, chegou a contratar mensalmente, em média, mais de 5 mil trabalhadores, entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980, quando as obras chegavam a seu pico.
Em determinado momento, no ritmo de construção cada vez mais frenético, Itaipu chegou a abrigar em seu canteiro cerca de 40 mil trabalhadores, mais do que toda a população de Foz do Iguaçu da época. Mas a cidade se expandia também rapidamente. A população passou de 28.597 habitantes, em 1974, para 112.594, em 1985, conforme dados do Ipardes.
Reconhecimento
Desde que passou a gerar energia, Itaipu tornou-se fundamental para o desenvolvimento do Brasil e do Paraguai. Mas, a par da produção, que chegou a bater sucessivos recordes mundiais, a usina ganhou o reconhecimento e respeito público, no Brasil e no exterior, por suas práticas sociais e ambientais.
Entre os reconhecimentos internacionais recebidos pela usina estão: o prêmio pela melhor prática de gestão de água do mundo, intitulado Água para a Vida, da ONU; o título de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), concedido pela Unesco; o primeiro lugar no Benchmarking Brasil com o programa Plantas Medicinais; Prêmio Eco Sustentabilidade, da Amcham Brasil; Childhood Brasil, pelo combate à exploração de menores; Business for Peace Award, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); Prêmio Pintou Limpeza, pela responsabilidade socioambiental; Americas Award, pela sustentabilidade ambiental; Prêmio ANA, da Agência Nacional de Águas; e o Clean Tech & New Energy, concedido pelo The New Economy.
Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional