Após a tragédia no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz, o governo federal decidiu realizar um leilão para comprar 100 mil toneladas do grão, visando aumentar a oferta no mercado interno e evitar altas nos preços ao consumidor. No entanto, após o anúncio do leilão, o Mercosul aumentou o preço do arroz em até 30%, o que levou à suspensão da licitação. Para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, essa atitude demonstra que “tem gente querendo ganhar dinheiro excessivo nas costas da tragédia” que assola o estado.
A declaração de Fávaro foi durante a participação do ministro na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (22/5). Fávaro também reafirmou o compromisso de apoiar os produtores de arroz e fez um balanço das ações do governo Lula para o setor agropecuário.
“Todos temos consciência de que o Brasil produz praticamente o suficiente para consumir arroz, mas não podemos dar margem à especulação, temos que combater isso. Não adianta deixarmos para comprar só no final do ano. Vamos carregar uma inflação daqui até o final do ano para todos os brasileiros. Quem está ganhando com isso não é o produtor rural, é o especulador”, apontou Carlos Fávaro.
O ministro destacou que a culpa não é dos produtores e que o governo Lula irá apoiá-los. “Não é culpa dos produtores, não vamos precarizar. Essa é a mensagem que temos que dar à Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul) e aos produtores. Vamos incentivar e estimular os produtores, oferecer linhas de crédito para os produtores gaúchos e estaremos ao lado dos arrozeiros do Rio Grande do Sul”, garantiu.
Fávaro apresentou ainda um balanço das ações nos 500 dias à frente da pasta. Ele destacou o Plano Safra de 2023 que foi o maior da história do Brasil, 16% maior do que o Plano Safra de 2022. De acordo com o ministro, na agricultura empresarial, por exemplo, foram investidos R$ 364,2 bilhões. Também houve muito aporte de recursos na estrutura de financiamentos privados, levando crédito aos produtores.
Com o governo Lula, foram abertos 121 novos mercados para a pecuária brasileira, incluindo 51 países com os quais o Brasil não tinha relação comercial para esses produtos. “Recorde absoluto, em 500 dias nunca se abriu tanto mercado. Isso é a relação comercial, relação diplomática”, afirmou Carlos Fávaro. Em 2023, segundo dados do ministro, as exportações totalizaram 166,5 bilhões de dólares.
O deputado Elton Welter (PT-PR) parabenizou o ministro pela atuação “brilhante” do ministério ao abrir novos mercados e pelos investimentos realizados. “Vejo sua articulação e os muitos recursos alocados para potencializar o agro brasileiro, abrangendo pequenos, médios e grandes produtores, para que possamos produzir e abastecer o planeta”. No entanto, o parlamentar ressaltou a necessidade de proteger o agricultor e o Estado brasileiro.
Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), a abertura do mercado internacional é fundamental para a produção de aves e suínos, por exemplo. Seguindo a mesma linha, o deputado Marcon (PT-RS) elogiou a abertura do mercado internacional para os produtores brasileiros e a disposição para resolver a situação do Rio Grande do Sul.
Lorena Vale
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