Sábado, 19 de Abril de 2025
19°C 22°C
Marechal Cândido Rondon, PR
Publicidade

PSOL questiona no STF criação de escolas cívico-militares em São Paulo

Lei já foi sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas

Por: Redação Fonte: Agência Brasil
03/06/2024 às 13h13
PSOL questiona no STF criação de escolas cívico-militares em São Paulo
Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O PSOL entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a criação de escolas cívico-militares em São Paulo. O pedido foi protocolado por iniciativa do deputado estadual Carlos Giannazi.

O líder da Federação PT/PCdoB/PV na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), deputado estadual Paulo Fiorilo (PT), informou à Agência Brasil que a bancada também tem uma representação pronta para questionar judicialmente o modelo.

A criação das escolas cívico-militares no estado foi aprovada pela Alesp há duas semanas. O projeto, de autoria do governador Tarcísio de Freitas, já foi sancionado. A proposta é de uma “gestão compartilhada” das unidades de ensino entre corporações militares e secretarias estadual ou municipais de Educação.

Disciplina militar

“As primeiras [secretaria estadual] seriam responsáveis pela administração e disciplina, enquanto as segundas [secretaria municipal] ficariam a cargo da condução pedagógica nas instituições de ensino”, define o texto de justificativa da proposta assinado pelo secretário estadual de Educação, Renato Feder.

O objetivo da adoção do modelo é, segundo o projeto, “a elevação da qualidade de ensino medida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)”. Há ainda a previsão da “inserção de atividades cívicas e de cidadania” no currículo e atividades extracurriculares conduzidas pela Secretaria de Segurança Pública.

Cada escola que aderir ao programa deverá contar com ao menos um policial militar da reserva para implementação das propostas.

Substituição

Na Adin, o PSOL argumenta que a intenção do projeto é substituir o sistema público de educação, e não a coexistência dos dois modelos, como afirma o governo paulista. “Objetiva-se a gradual substituição de profissionais da educação, os quais devem prestar concurso público e passar pela análise de seus títulos acadêmicos para estarem aptos a ocupar tais cargos, por militares, a serem escolhidos de forma discricionária, em última instância, por ato da Secretaria da Segurança Pública”, diz o partido na ação.

As escolas cívico-militares também provocam, segundo o texto, “uma clara desvalorização da categoria de educadores”.

Salários

A lei aprovada prevê rendimentos de mais de R$ 6 mil para jornadas de 40 horas semanais aos professores ligados à Polícia Militar. Segundo o texto, os valores aumentam em 50%, podendo chegar a mais de R$ 9 mil, para coordenadores ou oficiais. Há ainda a previsão de pagamentos menores, caso os policiais militares trabalhem frações dessa jornada.

Os valores são maiores do que os salários recebidos por parte dos professores da rede pública estadual. Na última seleção de professores temporários, foram anunciados salários de R$ 5,3 mil para jornadas de 40 horas semanais e R$ 3,3 mil para 25 horas semanais. Os temporários representam quase 60% do quadro total de educadores da rede estadual. Mesmo entre os professores do quadro permanente, os salários de R$ 9 mil ou mais são pagos apenas a uma minoria.

O sistema que leva policiais militares para dentro das escolas têm sido criticado por especialistas em educação, por entidades estudantis e pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). 

“Vamos nos mobilizar para impedir a transformação de escolas regulares em escolas cívico-militares ou criação dessas escolas com recursos da educação; para que não sejam pagos salários superiores aos de professores para militares aposentados; para que não sejam formatadas as mentes de nossas crianças e jovens de acordo com o pensamento único do militarismo”, diz nota divulgada pelo sindicato após a aprovação da lei.

A União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes) também criticou o projeto. “Nós estudantes estamos unificados com os professores para dizer não a esse projeto que visa sucatear a nossa educação. Defendemos a valorização dos professores, uma escola de qualidade, digna e com uma boa infraestrutura”, diz a nota da entidade.

Para a Upes, a proposta não busca melhorar a gestão das escolas, mas implementar um processo disciplinar baseado no pensamento militar.

Edição: Fernando Fraga

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
24 cursos das universidades estaduais do Paraná têm a melhor classificação do Brasil no Enade Foto: Aline Jasper/UEPG
Educação Há 2 dias

24 cursos das universidades estaduais do Paraná têm a melhor classificação do Brasil

O conceito 5, que indica excelência acadêmica, foi obtido por cursos da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).

Conhece alguém que quer aprender a ler e escrever? Inscrições para o Alfabetiza Paraná encerram em 15 de maio Foto: Lucas Fermin/SEED-PR
Educação Há 3 dias

Aulas gratuitas nas escolas estaduais: inscrições para o Alfabetiza Paraná vão até 15 de maio

Para se inscrever, é preciso ter 15 anos ou mais e não ter sido alfabetizado na idade apropriada. As aulas são presenciais e gratuitas, com dois encontros semanais. A carga horária total é de 300 horas e os estudantes recebem alimentação, caderno de atividades e kit de material escolar.

UEM e Unioeste têm nota máxima e Paraná confirma 3° melhor ensino superior do Brasil Foto: Jéssica Natal/UEPG
Educação Há 3 dias

UEM e Unioeste têm nota máxima e Paraná confirma 3° melhor ensino superior do Brasil

Os resultados posicionam o Paraná atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais e à frente do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Ao todo, são 48 instituições paranaenses classificadas nas faixas 4 e 5 do Índice Geral de Cursos (IGC), que indica os níveis mais altos de excelência acadêmica no país.

Ricardo Stuckert / PR
Educação Há 4 dias

Lula inaugura prédios da UFF e anuncia edital para cursinhos populares

Novo campus no Norte Fluminense conta com mais de 40 salas de aula

(Foto: Divulgação)
Foz do Iguaçu Há 5 dias

NOVOS PROFESSORES ASSUMEM CARGOS NAS ESCOLAS NESTA TERÇA (15)

Antes de entrar nas salas de aula, eles tiveram um dia de instruções e integração

Marechal Cândido Rondon, PR
22°
Tempo nublado
Mín. 19° Máx. 22°
22° Sensação
1.39 km/h Vento
84% Umidade
100% (5.89mm) Chance chuva
06h52 Nascer do sol
06h52 Pôr do sol
Domingo
26° 17°
Segunda
26° 18°
Terça
26° 18°
Quarta
27° 18°
Quinta
25° 20°
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,80 -0,10%
Euro
R$ 6,62 +0,00%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 521,703,16 +0,39%
Ibovespa
129,650,03 pts 1.04%
Publicidade
Publicidade
Enquete
...
...
Publicidade
Lenium - Criar site de notícias