Via Techno-Science
Os Campos Flégreos (em italiano, Campi Flegrei) cobrem um supervulcão localizado perto de Nápoles, na Itália. Este supervulcão foi abalado por uma onda de 150 tremores de terra nos últimos dias, marcando o mais importante enxame sísmico das últimas quatro décadas. Este fenômeno preocupa os cientistas e os residentes desta região vulcânica ativa.
No dia 20 de maio, um tremor de magnitude 4,4 ocorreu a uma profundidade de 2,5 km. Um enxame de sismos durou cerca de cinco horas, espalhando pânico entre os moradores, embora não tenham sido relatados ferimentos. Cerca de trinta famílias foram temporariamente evacuadas, e tremores menores ainda eram sentidos ao meio-dia do dia seguinte.
Os Campi Flegrei formam a maior caldeira ativa da Europa. Uma caldeira é uma cratera formada quando o teto de um vulcão desaba em sua câmara magmática. O supervulcão teve sua última erupção em 1538, período durante o qual o solo se elevou 20 metros antes de voltar a descer.
Nos últimos 20 anos, o solo sob Pozzuoli tem se elevado gradualmente, de acordo com Christopher Kilburn, professor de vulcanologia na University College London. Este levantamento é acompanhado por sismos irregulares há cerca de uma década, um fenômeno que está se acelerando. Um enxame sísmico similar ocorreu nas décadas de 1970 e 1980, fazendo o solo subir 9 cm por mês e desencadeando mais de 1.300 sismos mensais.
Apesar desses tremores, a taxa atual de elevação é de 2 cm por mês. Em maio, 450 tremores foram registrados, contra 1.252 em abril de 2024, a maioria deles com magnitude inferior a 1. As temperaturas e os fluxos de dióxido de carbono na superfície não mostraram mudanças significativas.
A causa dessa elevação permanece incerta, com os cientistas debatendo sobre a acumulação de gás ou magma, ou sobre uma perturbação no sistema hidrotermal. Apesar do pânico, o prefeito de Nápoles, Gaetano Manfredi, afirmou que a situação estava sob controle e que não havia risco iminente de erupção.
Os Campi Flegrei, situados perto de Nápoles na Itália, são frequentemente classificados como supervulcão devido à sua capacidade de produzir erupções de grande magnitude. Ao contrário dos vulcões clássicos, os supervulcões podem liberar quantidades colossais de magma, cinzas e gases vulcânicos durante uma erupção.
Uma erupção desse tipo poderia ter efeitos devastadores em escala global, afetando o clima, os ecossistemas e as populações humanas. Uma das principais características de um supervulcão é a presença de uma caldeira, uma vasta depressão formada pelo colapso do teto do vulcão após a drenagem de sua câmara magmática.
Os Campi Flegrei já mostraram seu potencial destruidor durante a erupção da Ignimbrite Campaniana, há cerca de 39.000 anos, que foi uma das mais violentas erupções vulcânicas da história da Terra. Esta erupção produziu depósitos vulcânicos que cobriram uma grande parte do Mediterrâneo e teve consequências significativas para o clima da época.
A atual vigilância desta região é crucial, pois sinais de elevação do solo e atividade sísmica indicam que o sistema vulcânico permanece ativo. Os pesquisadores estudam atentamente esses fenômenos para antecipar qualquer erupção potencial futura e minimizar os riscos para as populações circundantes.
Fonte: INGV
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