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No G7, Lula e Papa Francisco pregam democratização e controle da Inteligência Artificial

Diante das potências mundiais, Lula e Papa Francisco demonstraram sintonia

17/06/2024 às 07h42
Por: Redação Fonte: PT na Câmara
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Diante das potências mundiais, Lula e Papa Francisco demonstraram sintonia Foto: Ricardo Stuckert/PR
Diante das potências mundiais, Lula e Papa Francisco demonstraram sintonia Foto: Ricardo Stuckert/PR

Convidado para o seguimento de engajamento externo da cúpula do G7, que reúne líderes das sete maiores economias do mundo na região de Apúlia, na Itália, o presidente Lula fez, nesta sexta-feira (14), uma defesa enfática do enfrentamento das desigualdades socioeconômicas, da democratização das novas tecnologias, do combate às mudanças climáticas, da reforma dos organismos internacionais de governança e da paz mundial. O encontro de alto nível contou com a presença do Papa Francisco, com o qual Lula também teve um encontro privado, no Vaticano.

Durante a reunião do G7, Lula e o pontífice adotaram o mesmo tom sobre o advento da Inteligência Artificial (IA), demonstrando preocupação com o monopólio de seu uso e as consequências disso para a humanidade. “Na área digital, vivenciamos concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de países. A inteligência artificial acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias”, alertou o presidente.

Enquanto Francisco enfatizou o imperativo de a IA ser submetida a rigoroso controle visando à preservação da vida e anteviu o “risco de legitimar fake news e de reforçar a vantagem de uma cultura dominante”, Lula sugeriu que a tecnologia ainda em desenvolvimento seja “segura, transparente e emancipadora”, que resguarde a paz, que garanta a “integridade da informação” e que incentive a transição ecológica.

Taxação dos super-ricos

Sobre a concentração de renda, cada vez mais acentuada entre os países, resultado das distorções do modelo capitalista, Lula insistiu na tributação dos bilionários para reduzir as desigualdades e combater as consequências das mudanças climáticas, bandeira cara ao Brasil na presidência rotativa do G20, grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana.

“É no contexto de combate às desigualdades que se insere a proposta de tributação internacional justa e progressiva que o Brasil defende no G20. Já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia”, afirmou.

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Gaza e Ucrânia

Sem mencionar Israel, Lula foi duro quando se referiu ao massacre de palestinos na Faixa de Gaza, patrocinado pelas forças israelenses e que já ceifou 37 mil vidas, a maioria de mulheres e crianças. O presidente reprovou o que tachou de “direito de vingança” e reafirmou a necessidade de haver uma reforma da governança global para evitar novos conflitos no mundo.

“As instituições de governança estão inoperantes diante da realidade geopolítica atual e perpetuam privilégios. O ano de 2023 viu o gasto com armamentos subir em relação a 2022, chegando a US$ 2,4 trilhões”, lamentou.

“Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança. Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso levou o Brasil a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça”, censurou.

No discurso, Lula também lembrou que o Brasil condenou “de maneira firme” a guerra no leste europeu e que uma solução para o conflito deve, necessariamente, incluir tanto a Ucrânia quanto a Rússia nas negociações.

“Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China, viabilizará a paz”, assegurou.

Leia Mais: Lula, na OIT: “Nunca a justiça social foi tão crucial para a humanidade”

Grupo dos 7

Com reuniões anuais, o G7 representa o grupo de países mais ricos do mundo. É composto por Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e a União Europeia. De acordo com o Banco Mundial (Bird), esses países detêm mais de 43% do Produto Interno Bruto (PIB) global, o equivalente a US$ 43,5 trilhões. A assembleia desta sexta ocorreu na cidade de Savelletri di Fasano, parte da província de Brindisi. O Brasil, oitava economia do mundo, participou na condição de convidado.

Por meio da rede social “X”, o presidente Lula agradeceu ao governo italiano pela recepção e lembrou que o debate sobre a crise do neoliberalismo se arrasta há algum tempo. “Quero agradecer à primeira-ministra Giorgia Meloni pelo convite para participar deste segmento ampliado. Na última reunião similar de que participei na Itália, na Cúpula de L’Áquila, em 2009, enfrentávamos uma crise financeira global que expôs os equívocos do neoliberalismo. Hoje o Brasil preside o G20 num contexto de múltiplos desafios”, publicou.

 

PTNacional, com G1, BBC Brasil, Vatican News

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