O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta terça-feira (18), no Rio de Janeiro, do Energy Summit 2024, principal evento global de inovação e empreendedorismo em energia e sustentabilidade, organizado em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). No painel “Desafios e oportunidades da inovação no Paraná”, Ratinho Junior destacou o cenário do Paraná na área de inovação, sustentabilidade e da nova transição energética capitaneada pelo Estado.
Um dos principais focos do Paraná é no fomento à cadeia de biogás e biometano, aproveitando o grande potencial do Estado na utilização de dejetos animais para a geração de energia. Maior produtor de proteína animal do País, o Estado investe para ampliar a geração renovável no campo, com programas como Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR) e iniciativas para ampliar a infraestrutura, facilitar o licenciamento e desonerar o setor.
“O Paraná pode ser a nova Arábia Saudita na produção de biogás. Enquanto o mundo está iniciando sua transição energética, o Paraná está um passo à frente. Já somos o maior produtor de energia do Brasil, sendo que 98% são de fontes renováveis”, disse o governador. “Nosso projeto agora é aproveitar esse enorme potencial do campo e usar os dejetos da produção suína, avícola e da pecuária leiteira para gerar energia sustentável”.
Ratinho Junior também destacou que o Paraná foi eleito, por três anos consecutivos, como o Estado mais sustentável do Brasil, segundo o Ranking dos Estados e duas vezes líder nacional em inovação e sustentabilidade pela consultoria Bright Cities.
O painel também contou com a participação do diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, e foi mediado pela World Trade Center Curitiba, Daniella Abreu. Bekin ressaltou que a agência de atração de investimentos do Governo do Estado prioriza as práticas ESG (sigla em inglês para as áreas ambientais, sociais e de governança) na prospecção de novos negócios.
“Um dos pilares para a atração de investimentos privados ao Paraná são as práticas ESG, tendo em vista a necessidade de enfrentamento às mudanças climáticas. Nós priorizamos as empresas que utilizam energia renovável, faz o reuso de águas e outras iniciativas que aliem a produção de riquezas à preservação ambiental”, destacou.
BIOGÁS – Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de Nm³.
O secretário estadual do Planejamento, Guto Silva, que acompanhou o evento, salientou que o incentivo à cadeia de biogás e biometano também buscam tornar o Paraná referência na produção de hidrogênio renovável. “Ancorados no biogás e no biometano, estamos colocando o Paraná na rota da transição energética 2.0, já de olho no potencial do hidrogênio renovável na substituição dos combustíveis fósseis. Essa cadeia ainda está se desenvolvendo, mas em cinco ou dez anos, esse insumo será uma commodity importante no mercado mundial”, salientou.
Para ser considerado renovável, a extração do hidrogênio precisa ser feita utilizando fontes de energia renováveis. Ele pode ser captado a partir da água, fazendo um processo de eletrólise, que consome uma grande quantidade de energia, ou mesmo sendo captado diretamente de outros insumos, como o biogás e o biometano, que são ricos nessas moléculas.
ENERGY SUMMIT – Realizado entre os dias 17 e 19 de junho no Rio de Janeiro, o Energy Summit reúne empresas, governos, universidades, empreendedores e investidores interessados em discutir e liderar os próximos passos em transição energética e sustentabilidade no contexto mundial. O objetivo do evento é fortalecer o ecossistema de inovação de energia, setor estratégico e fundamental para avançar no desenvolvimento global.
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